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5 Dicas Para Momentos Desafiadores – Disciplina Positiva

"Veja as sugestões para o que fazer quando os nossos filhos entram em uma crise emocional, como birras. A disciplina positiva pode ajudar!"

Esse é um ótimo post com sugestões para o que podemos fazer quando os nossos filhos entram em uma crise emocional, ou começam as famosas birras. Sabe aquela hora que você percebe, de repente, que está no meio do furacão? Bem isso.

A Lúcia Veríssimo traduziu o texto original da Dra. Laura Markham, do site Aha! Parenting que, inclusive, recomendo muito! Não só os textos dela, mas também os dois livros que ela publicou: Peaceful Parent, Happy KidsPeaceful Parent, Happy Siblings.

5 Dicas Para Momentos Desafiadores

Ok, você me convenceu a não castigar. Mas meu filho de 2 anos ainda morde, tem ataques de raiva, joga a comida e rabisca os móveis…Rebecca

Infelizmente, o córtex frontal de uma criança de 2 anos ainda está desenvolvendo a habilidade de controlar suas emoções e comportamentos. Isso significa que eles jogam comida, quebram coisas, têm ‘crises’, mordem quando estão chateados e rabiscam os móveis. Em outras palavras, eles agem como crianças de 2 anos.

Como o cérebro continua se desenvolvendo até a adolescência, crianças de todas as idades às vezes perdem o controle racional para que se comportem da maneira que gostaríamos. Algumas vezes, até os de 15 anos agem como os de 2 anos!

Então, o que você pode fazer quando seu filho se descontrola, seja uma criança ou um adolescente? Aqui estão as 5 melhores estratégias para prevenir os comportamentos desafiadores, em todas as idades:

1. Conectar

Conecte-se enxergando pelo ponto de vista dele, para que ele seja motivado a desenvolver o autocontrole. Quando seres humanos revidam — mordendo irmãos, quebrando coisas, desafiando — é porque se sentem com medo ou magoados. Esse conflito desconecta seu filho de você, mesmo que você geralmente esteja próximo. A motivação dele para “se comportar bem” vem da conexão com você, então você precisa reestabelecer essa conexão antes de poder atuar no comportamento. Assim que você perceber que seu filho está ficando chateado e ultrapassando os limites do comportamento aceitável, chegue perto e reconecte-se:

Querido, eu acho que nós todos precisamos de um abraço… vem cá.

Às vezes isso é suficiente para virar o jogo, principalmente quando você pode depois…

2. Brincar

As crianças processam as emoções através de brincadeiras, então você pode prevenir o “mau comportamento” ajudando seu filho a canalizar suas grandes emoções em risadas. Crianças têm uma necessidade constante de jogos de arremessar onde elas possam satisfazer esse impulso de jogar coisas. Experimente brincar de jogar objetos num balde, ou arremessar bolinhas ou jogar bichinhos de pelúcia escada abaixo. Observe, dispute (de leve), admire seus arremessos, e seja “bobo” para arrancar risadas do seu filho. Toda criança pequena necessita de muita brincadeira de disputa e jogos onde possam se sentir poderosos:

Você é muito rápido! Como pode me ganhar sempre?!

Quanto mais risada, menos “mau comportamento”.

Então, quando seu filho estiver começando a passar dos limites, você pode pegá-lo nos braços, levantá-lo no alto e correr pela casa com ele, cantando uma música que o faça rir, por exemplo. Disputem entre si quem consegue latir mais ferozmente até que vocês dois estejam dando risada e o humor tenha mudado — adapte essa brincadeira para crianças mais velhas. Eu acho guerra de travesseiro essencial para a vida de quem tem gêmeos e adolescentes.

A menos que, em algumas ocasiões, as coisas tenham ido longe demais e seu filho apenas necessite expressar todo aquele choro e medo, e brincar não vai mudar o humor. Então você pode…

3. Ajudar com as emoções

…para que não virem “mau comportamento”. Quando seu filho está irritado ou desafiador e brincar não muda o humor, ele está pedindo sua ajuda para lidar com as grandes emoções. Toda criança nova carrega uma ‘mochila emocional fictícia’ onde eles vão guardando as emoções que não se sentem seguros para expressar no momento. Quando essas emoções estão perto de vir à tona e ser liberadas, as crianças se sentem desconectadas de nós. Elas demonstram isso se recusando a cooperar. Quando nós ignoramos esses sinais, podemos estar certos de que em breve isso vai aumentar e explodir.

Ao invés disso, previna o “mau comportamento” sendo proativo e ajudando seu filho a reconhecer e expressar sua frustração. Como? Crie segurança. Demonstre compaixão o máximo que puder. Se aproxime e olhe no olho. Se necessário, ponha sua mão no braço dele para o impedir de arremessar algo, ou na sua barriga para o impedir de avançar na irmã. Coloque seu limite o mais gentilmente que puder:

Querido, não vou permitir que você faça isso.

Provavelmente, ele vai desabar em lágrimas. E provavelmente vai antes dirigir a raiva contra você. Se você se mantiver compassivo (e se esteve mantendo uma boa conexão com brincadeiras e tempo especial a sós), ele vai se sentir seguro o suficiente para te demostrar o choro e o medo por trás da raiva. Acolha essas emoções. Às vezes o medo parece com uma crise de raiva, seja com 2 ou 10 anos, mas ele precisa do ambiente acolhedor da sua presença calorosa para vivenciar essas emoções de que ele está cheio.

A boa notícia sobre emoções é que, uma vez vivenciadas, elas evaporam. Depois dessa crise, seu filho vai ficar mais relaxado e pronto para reconectar e cooperar.

Quanto mais nova é a criança quando você começa a permitir a expressão das emoções, melhor ela vai controlá-las enquanto cresce e menos crises você vai ver. Mas mesmo as mais velhas sentem essa segurança que você está criando e demonstram o que está aborrecendo elas. Respire fundo e não leve a raiva deles para o lado pessoal.

Isso significa que você vai aceitar insultos? Não. Você pode dizer:

Nossa, você deve estar muito chateado para estar falando comigo dessa maneira. O que está acontecendo, querido?

Então você ouve, e continua respirando fundo! Depois, provavelmente seu filho vai espontaneamente pedir desculpas. Se não pedir, você pode comentar com ele que falar com respeito é uma das regras da casa.

4. Estabelecer limites com empatia

É claro que nada disso te impede de estabelecer limites. É nossa responsabilidade guiar nossos filhos. Mas todo ser humano resiste em ser controlado. Crianças de todas as idades são mais propensas a seguir nossa orientação quando nós entendemos a perspectiva deles. (É mais fácil também para um ser humano redirecionar um impulso do que o reprimir completamente).

Comida não é para jogar! Você está me mostrando que está satisfeito? Diga “Satisfeito, mamãe” e eu te ajudo a descer da mesa… Já que você quer jogar, vamos pegar suas bolinhas??

Eu sei, é difícil parar de brincar e se preparar para dormir. Eu aposto que quando você crescer, não vai querer dormir nunca… você vai querer aproveitar a noite toda, não vai? Mas agora é hora de se preparar para dormir.

5. Regular suas próprias emoções

Crianças vão sempre agir como crianças. Quando nós mesmos reagimos revidando, isso sempre torna as coisas piores. Se você consegue controlar suas próprias emoções, você pode sempre acalmar a tempestade. É isso que vai ensinar as crianças a administrar as emoções delas, e o que vai permitir, por sua vez, que elas também administrem seu próprio comportamento.

Essas 5 ferramentas — Conectar/Brincar/Ajudar com as emoções/Estabelecer limites com empatia e Regular suas próprias emoções — vão dar a seu filho o suporte que ele precisa para ser a melhor versão dele mesmo na maior parte do tempo. Óbvio que seu filho é uma criança, então prevenir nunca é demais: deixar canetas fora de alcance, não ter hidrocores que não sejam laváveis em casa e desenvolver reflexos muito rápidos para pegar o prato quando ele acabar de comer.

 

Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

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Comentários

5 comentários em “5 Dicas Para Momentos Desafiadores – Disciplina Positiva”

  1. Aline Diniz Mariano

    Estou tendo dificuldade na hora de dormir…o que acontece de x enquando..principalmete qdo passa do horario de dormir e minha filha (2a5m) fica mto mais nervosa (compreensivel). Vamos para o quarto, sobe na cama dela, chora, acolho, converso, chora mais, ofereco abraco, recusa, falo que qdo ela kizer eu estou aki do lado dela, ela se acalma, passa a raiva e mesmo assim ela nao quer deitar de jeito nenhum. O que fazer?
    Opcao 1- Deita-la “a forca” e comecar tudo de novo? Choro..conversa..acolhe…??
    Opcao 2 – Avisar novamente q é hora de dormir e que estarei aguardando ela deitar na cama (fazemos cama compartilhada)?? Obs: Ontem aguardei 1 hora ate ela se convenver q era a hora de dormir msmo e n tinha pra onde correr rs. Qdo ela veio, a recebi com alegria e dormimos juntinhas. Faz apenas 1 mes e meio q iniciamos a disciplina positiva, acredito que ambas estao se adaptando, principalmente minha filha q tinha a Super Nanny cover em casa (eu)

  2. Julliana Oliveira

    Esse texto é praticamente uma oração! Quando começo a me sentir perdida, volto aqui e releio e aí sim consigo entender melhor as emoções da minha filha. Mais difícil é que meu marido ainda não pensa assim, ele ainda acredita na educação autoritária. Mas tenho fé em Deus que ele ainda vai mudar de opinião.

  3. Pedro Gurgel

    “Você é muito rápido! Como pode me ganhar sempre?!”

    Fiquei com uma dúvida nessa parte. Certa vez assisti a uma palestra (e também já li em algum lugar) que devemos estimular mais o esforço da criança do que enaltecer suas características que, em tese, seriam inatas. Explico-me:

    Em vez de dizer: – Nossa, como você é inteligente!
    Deveríamos dizer: – Parabéns filha(o)! Você está progredindo bastante! Continue a se esforçar!

    Daí vem a dúvida: será que a frase “Você é muito rápido! Como pode me ganhar sempre?!” não estaria estimulando a criança a achar que tem certa característica?

    P.S.: Essa questão de incentivar o esforço seria o que leva nossas crianças a tentar desafios mais complexos.

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