Precisamos refletir sobre a punição e, principalmente, sobre punir nossos filhos nos momentos em que eles mais precisam de nós.
Ainda que se fale sobre o respeito pelas crianças hoje em dia, alguns métodos de criação não são contestados, até pelas pessoas que acreditam em uma educação menos violenta.
O castigo traz um resultado imediato, claro. Mas e depois? O que acontece? Técnicas como essas não funcionam a médio e longo prazo, saiba porque:
Quando você coloca o seu filho de castigo, você pensa que está dizendo isso: – Eu quero que você vá para o seu quarto pensar no que você fez de errado.
Mas na verdade, a mensagem que você passa é essa: – Eu só gosto de você quando você cumpre as minhas condições.
Incomoda, não? A mensagem principal que você passa através do “Cantinho do Pensamento” é que o amor é condicional. Que a criança precisa obedecer certas condições para ser amada e aceita.
Quando você coloca de castigo você imagina que ele irá refletir sobre o que ele fez de errado, mas isso condiz com sua capacidade?
Imagine uma criança de dois anos, que ainda tem dificuldades de lidar com emoções fortes, como frustrações. Qual a possibilidade dela conseguir lidar com pensamentos complexos como estes?
Uma coisa é fato: é mais fácil o seu filho ficar com raiva, planejar vinganças e ter sua autoestima minada, do que pensar realmente sobre seus erros e consequências, e muito menos, mudar de ideia.
O problema da disciplina tradicional é que ela nos condiciona a pensar e agir a partir do comportamento.
Somos levados a pensar que o comportamento é um problema a ser resolvido, mas esse é um pensamento muito limitado. Fazer isso é ignorar as necessidades não atendidas da criança.
Quase sempre, um “mau comportamento” é a expressão de uma necessidade não atendida que, muitas vezes, as crianças nem sabem como comunicar.
Por exemplo, a criança que vai ao restaurante com os pais e chora o tempo todo: será que ela não está cansada e desesperada para dormir? Será que aquele ambiente não a deixa nervosa? Será frio? Medo?
Tudo o que nós, pais e mães, buscamos fazer é nos aproximar dso nossos filhos, tentando fazer com que os vínculos sejam fortes e saudáveis.
Entretanto, afastamos nossos filhos no momento em que eles fazem algo de errado. Quando eles mais precisam de acolhimento, recebem afastamento como resposta.
Se nós acostumamos nossos filhos com pais distantes colocando-os de castigo sozinhos, por que é que nós ainda nos surpreendemos quando eles crescem e se distanciam de nós?
E quais são as alternativas para o castigo? Sim, é possível tratar sobre os erros dos nossos filhos com a intenção de orientação, mantendo um vínculo positivo, respeitoso e pacífico.