Quais são os 3 grandes problemas do castigo? Por que ele não funciona de verdade? E por que insistimos em usar o cantinho do pensamento?
Os nomes são muitos, mas o objetivo é o mesmo: punir as crianças, para que elas aprendam uma lição.
Pais e mães geralmente se justificam assim: — Colocar de castigo é melhor que bater, né? — Eu sempre ficava de castigo e estou bem hoje. E, olha, eu merecia mesmo ficar de castigo, eu era terrível!
Castigar é melhor do que bater, bater é melhor que dar uma paulada, e por aí vai. Não dá para justificar uma agressão com outra, né? Não é uma discussão sobre nível aceitável de violência.
Mas tem as mães e pais que pensam que realmente mereceram todos os castigos (e até agressões) que receberam. Pensam também que não foi nada demais, que não houve impacto algum em suas vidas.
Mas afinal, qual o problema do castigo? Bem, vamos listar os 3 principais problemas sobre este método de disciplinar filhos.
Pode ser eficiente a curto prazo, porque interrompe um mau comportamento. Mas não a longo prazo, porque o foco está apenas no comportamento, e não nos sentimentos e nas necessidades por trás disso.
Com o passar do tempo, os castigos passam a ser cada vez menos eficazes. Os pais concluem que seus filhos são crianças-problema, mal educados e a única solução é aumentar a intensidade do castigo.
Os castigos se intensificam, com os pais inventando punições cada vez mais graves, mas que funcionam cada vez menos. Você já deve ter passado por isso, ou ouvido alguém próximo falar sobre isso.
Os castigos provocam um tipo de reação completamente diferente do que a gente espera.
Um bebê de 1 ano, por exemplo, colocado no cantinho do pensamento, nunca vai pensar sobre o que ele fez de errado. Porque ele não tem maturidade cerebral para lidar com esses conceitos abstratos.
Mas e o castigo para uma criança mais velha? Ah, isso deve funcionar, não? Na verdade, não. Uma criança de 5 anos no cantinho do pensamento também não vai pensar sobre o que fez de errado.
Muito provavelmente essa criança terá uma dessas reações: ressentimento, vingança e um sentimento de inferioridade, que mina a autoconfiança e autoestima.
Pense um pouco agora e lembre-se da sua própria infância. Quantas vezes você não se sentiu assim? Quantas vezes você não pensou nessas coisas?
Ninguém tem dúvida que filhos são colocados de castigo porque seus pais os amam e querem que eles evoluam, mas essa não é a mensagem que chega até eles.
Imagine uma criança que está tendo dificuldades de lidar com seus sentimentos, passando por uma crise emocional, ou que faz alguma malcriação porque está com alguma necessidade não atendida.
Se pararmos para pensar, essa criança já está sofrendo de algum modo e, mesmo sem saber como pedir da melhor maneira, ela está precisando da nossa ajuda, do nosso afeto e do nosso acolhimento.
E, ao invés disso, o que fazemos? Deixamos de castigo. Afastamos nossos filhos quando eles mais precisam de nós.
Bem, castigo é castigo. Leve ou pesado, continua sendo castigo.
Independente do “tipo de castigo”, não conseguimos tratar do que está por trás do mau comportamento, como os sentimentos e necessidades.
Sem contar que a oportunidade de utilizar a consequência lógica é perdida, ou seja, comida no chão, chão sujo, é preciso limpar o chão.
Além disso, seria melhor que a criança tivesse a oportunidade de pedir desculpas quando (e se) estivesse realmente arrependida. Senão é vago, apenas para sair do castigo.
Educação parental Criação com apego Disciplina positiva
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