Desde quando a Anne engravidou do Dante, percebemos o universo infinito de informações que existia sobre gestação, parto e criação de filhos. Na maioria das vezes, nós sentíamos um pouco perdidos sobre aonde ir, o que procurar e, principalmente, como começar. Pode parecer besteira, mas saber como começar é algo muito importante. Tornar-se mãe ou pai já é algo que pode ser bastante desafiador. Tornar-se mãe ou pai consciente então, é ainda mais desafiador. São tantas coisas novas, tantos termos novos, tantas pessoas dando tantos conselhos contraditórios… É de deixar qualquer um maluco.
E lá pelas tantas você se depara com uma tal de “criação com apego”, que tem esse nome esquisito, esse “apego” que todos nós somos condicionados a rejeitar. Em uma sociedade que incentiva o “desapego”, a independência emocional, é de se esperar que muitas pessoas rejeitem a Criação com Apego só pelo nome. E mesmo que você tenha a curiosidade de saber mais sobre o assunto, acaba descobrindo que existe outro microuniverso da Criação com Apego, com centenas de textos, informações, artigos, pesquisas, etc.
Então fica a pergunta: como começar? Como introduzir a criação com apego em nossas vidas, de uma maneira suave, tranquila, que não exija que eu leia uma centena de livros antes de começar a criar nossos filhos com apego? A resposta, como você verá muitas vezes, está dentro de você: no seu coração. Ouça o seu coração, acredite na sua intuição. De toda forma, você pode ler essa lista de 10 ideias sobre como você pode começar a incorporar a filosofia da criação com apego na sua vida. Boa leitura!
1. Pesquise todos as opções de cuidado pré-natal e parto na sua área, e também exames e procedimentos considerados de rotina ou opcionais para o pré-natal, parto e recém-nascido. Faça suas escolhas com base no que é melhor tanto para o seu bebê como para você. Cursos bons sobre gravidez, parto e primeiros cuidados com o bebê são sempre uma boa opção.
2. Saiba o máximo que você puder sobre os tipos de criação e suas abordagens. Em seguida, você pode conversar sobre elas com o seu parceiro (ou parceira) para trabalhar as diferenças. Leia livros e artigos, visite sites, assista a vídeos e vá a grupos de apoio para conversar com outros pais para saber mais sobre como inserir a filosofia da criação com apego na criação que você está oferecendo aos seus filhos.
3. Pense sobre a amamentação, e busque apoio logo no início para afastar todos os problemas que possam aparecer. Se você vai voltar para o trabalho, você pode ordenhar seu leite materno para ser consumido pelo bebê enquanto você está fora. E, após um dia de trabalho, você pode reconectar com o seu bebê através da amamentação. Se amamentar não é uma opção, explore outras alternativas conscientes, como copinhos, sonda, fingering – mas ainda assim, é importante que você segure o seu bebê no colo e mantenha contato visual, enquanto você oferece o leite artificial, inclusive com a mamadeira, como uma forma de simular o comportamento da amamentação.
4. Alimente seu bebê, seja no peito ou não, em livre demanda. Isto significa que o bebê come quando ele quer comer, ao invés de seguir um horário estabelecido pelo cuidador. Amamentação em livre demanda estimula uma produção mais forte de leite materno.
5. Tente fazer refeições em família, com todos sentados juntos, sempre que possível. Pode ser a única maneira que você terá para se reconectar com um adolescente ocupado, por exemplo.
6. Sono compartilhado – durma com o seu bebê, de preferência na mesma cama (cama compartilhada só é aconselhada para mães que amamentam exclusivamente e que tomam as precauções de segurança adequadas), mas se isto não é possível, que todos durmam no mesmo cômodo. Se esse arranjo não funciona para sua família, crie um ambiente onde a criança se sinta bem-vinda para procurar conforto durante a noite.
7. Se você utiliza a agressão (isto inclui a palmada), castigo, cantinho do pensamento, ou outras formas de punições, tente se mover em direção à disciplina não punitiva. Como disciplinar é muitas vezes uma tarefa que vem carregada de emoções fortes, pode ajudar quando os pais “dão um tempo”; quando você se sentir estressado, pode fechar os olhos e respirar fundo ou contar até 10, 50, 100, 1.000. Você pode até mesmo ir para outro cômodo até que você esteja mais calmo para discutir a situação. Tente desenvolver suas habilidades para resolver conflitos de maneira eficaz, como a Comunicação Não-Violenta. Entenda o desenvolvimento da criança e tente não esperar mais de uma criança do que ela é capaz de fazer, de acordo com o desenvolvimento dela.
8. Aprenda a ver o choro do bebê como sua forma de comunicação de necessidades e, em seguida, aprender a decifrar essas necessidades. Aprenda a ver as birras de uma criança como expressão de uma necessidade de compreensão, em vez de manipulação e, em seguida, aprender a ensinar o seu filho a lidar com suas emoções fortes através do exemplo. Conheça o seu filho e aprenda a antecipar e ajudá-lo a expressar suas necessidades.
9. Respeite e reconheça a ansiedade de separação de seu filho. Você provavelmente está sentindo muita pressão para se separar do seu filho, como um teste para independência e desenvolvimento saudáveis porém, você vai perceber que talvez ele não esteja pronto em termos de desenvolvimento.
10. Se você está trabalhando, tente buscar alternativas para trabalhar em casa ou para trabalhar meio período. Se isto não é uma opção, procure um cuidador que irá cuidar por você de uma maneira consistente, amoroso e condizente com a criação com apego.
Este texto foi baseado no texto What Is Attachment Parenting? publicado pela Attachment Parenting International.
24 comentários em “10 Maneiras de Incorporar a Criação com Apego na Sua Vida”
Criei com apego e tenho duas moças deliciosamente meigas e amigas!!!
Fer te entendo muito! Para vc acho q além do sling q mw ajudou muito ter um vizinho ou alguma senhora prox para tr aliviar duas horinhas ja ajuda… Vc ta no olho do furacão mas daqui a alguns dias vai melhorar mas mão deixa de ficar prox a sua bebe vc vai ver q rapidinho ela entende que tem o seu aconchego sempre e vai se tornar um bebe calminho!!! Forca garota!!!
Oi Mariana Amaral, Eu moro em Barcelona na Espanha e aqui tem uma entidade que se chama Alba Lactancia Materna, as consultoras sao expertas em amamentação e to indo, elas sabem muito e me estão ajudando , hj fui, chegamos a conclusão q provavelmente eu tenha uma bacteria, estou tomando probioticos mas por ser natural o efeito e mais demorado , talvez se eu tomasse antibiótico seria mais rapido , so que pra isso tem que fazer uma analise do leite e tenho q achar onde se faz , nao se fala muito disso ainda aqui! realmente as mulheres deveriam ter mais acesso sobre como amamentar , eu nao sabia q era a posicao que definiria o êxito ou nao da minha lactancia ! Nao chorei para parir mas parar dar a teta sofri demais ! Desculpa escrever tudo isso mas acho legal, quem sabe alguem que tenha o mesmo problema leia e peça ajuda nao ?
Oi, Fer, só vi agora seus comentários, mas fiquei feliz DEMAIS em ver que muitas das leitoras queridas do blog vieram ajudar você 🙂
Mas é isso mesmo, isso é fase. De uma maneira geral, até uns 3 meses os bebês demandam muito e só então a rotina começa a ficar um pouco mais tranquila. Com a gente foi assim, tirando, é claro, os picos e saltos de desenvolvimentos que de vez em quando aparecer para tirar o sono.
Como a Mari disse, descubra um sling que você goste e use-o, mas use-o muito! Com o bebê no sling, você voltará a ter liberdade de movimentos para fazer coisas bem básicas, como ir ao banheiro.
Fora isso, a única coisa que posso sugerir a você é conseguir ajuda. Já que o seu marido fica fora de casa durante a semana, você precisa de alguém para aliviar o trabalho. Seja uma empregada doméstica, ou algum familiar, alguém precisa estar perto para ajudar você.
Um abraço forte e sempre que bater o desespero, respire fundo e repita: "é uma fase, vai passar".
🙂
Fer Kaplun , eu prometo que passa, viu? E passa mais rápido do que vc imagina. Força aí!
Você já procurou ajuda pra corrigir essa pega? Tem banco de leite aí perto de você? Ou uma boa consultora de amamentação?