fbpx

10 Maneiras de Incorporar a Criação com Apego na Sua Vida

"Como começar? Como introduzir a criação com apego em nossas vidas, de uma maneira suave, tranquila, que não exija que eu leia uma centena de livros antes de começar a criar nossos filhos com apego? A resposta, como você verá muitas vezes, está dentro de você: no seu coração. Escute a sua intuição!"

Desde quando a Anne engravidou do Dante, percebemos o universo infinito de informações que existia sobre gestação, parto e criação de filhos. Na maioria das vezes, nós sentíamos um pouco perdidos sobre aonde ir, o que procurar e, principalmente, como começar. Pode parecer besteira, mas saber como começar é algo muito importante. Tornar-se mãe ou pai já é algo que pode ser bastante desafiador. Tornar-se mãe ou pai consciente então, é ainda mais desafiador. São tantas coisas novas, tantos termos novos, tantas pessoas dando tantos conselhos contraditórios… É de deixar qualquer um maluco.

E lá pelas tantas você se depara com uma tal de “criação com apego”, que tem esse nome esquisito, esse “apego” que todos nós somos condicionados a rejeitar. Em uma sociedade que incentiva o “desapego”, a independência emocional, é de se esperar que muitas pessoas rejeitem a Criação com Apego só pelo nome. E mesmo que você tenha a curiosidade de saber mais sobre o assunto, acaba descobrindo que existe outro microuniverso da Criação com Apego, com centenas de textos, informações, artigos, pesquisas, etc.

Então fica a pergunta: como começar? Como introduzir a criação com apego em nossas vidas, de uma maneira suave, tranquila, que não exija que eu leia uma centena de livros antes de começar a criar nossos filhos com apego? A resposta, como você verá muitas vezes, está dentro de você: no seu coração. Ouça o seu coração, acredite na sua intuição. De toda forma, você pode ler essa lista de 10 ideias sobre como você pode começar a incorporar a filosofia da criação com apego na sua vida. Boa leitura!

1. Pesquise todos as opções de cuidado pré-natal e parto na sua área, e também exames e procedimentos considerados de rotina ou opcionais para o pré-natal, parto e recém-nascido. Faça suas escolhas com base no que é melhor tanto para o seu bebê como para você. Cursos bons sobre gravidez, parto e primeiros cuidados com o bebê são sempre uma boa opção.

2. Saiba o máximo que você puder sobre os tipos de criação e suas abordagens. Em seguida, você pode conversar sobre elas com o seu parceiro (ou parceira) para trabalhar as diferenças. Leia livros e artigos, visite sites, assista a vídeos e vá a grupos de apoio para conversar com outros pais para saber mais sobre como inserir a filosofia da criação com apego na criação que você está oferecendo aos seus filhos.

3. Pense sobre a amamentação, e busque apoio logo no início para afastar todos os problemas que possam aparecer. Se você vai voltar para o trabalho, você pode ordenhar seu leite materno para ser consumido pelo bebê enquanto você está fora. E, após um dia de trabalho, você pode reconectar com o seu bebê através da amamentação. Se amamentar não é uma opção, explore outras alternativas conscientes, como copinhos, sonda, fingering – mas ainda assim, é importante que você segure o seu bebê no colo e mantenha contato visual, enquanto você oferece o leite artificial, inclusive com a mamadeira, como uma forma de simular o comportamento da amamentação.

4. Alimente seu bebê, seja no peito ou não, em livre demanda. Isto significa que o bebê come quando ele quer comer, ao invés de seguir um horário estabelecido pelo cuidador. Amamentação em livre demanda estimula uma produção mais forte de leite materno.

5. Tente fazer refeições em família, com todos sentados juntos, sempre que possível. Pode ser a única maneira que você terá para se reconectar com um adolescente ocupado, por exemplo.

6. Sono compartilhado – durma com o seu bebê, de preferência na mesma cama (cama compartilhada só é aconselhada para mães que amamentam exclusivamente e que tomam as precauções de segurança adequadas), mas se isto não é possível, que todos durmam no mesmo cômodo. Se esse arranjo não funciona para sua família, crie um ambiente onde a criança se sinta bem-vinda para procurar conforto durante a noite.

7. Se você utiliza a agressão (isto inclui a palmada), castigo, cantinho do pensamento, ou outras formas de punições, tente se mover em direção à disciplina não punitiva. Como disciplinar é muitas vezes uma tarefa que vem carregada de emoções fortes, pode ajudar quando os pais “dão um tempo”; quando você se sentir estressado, pode fechar os olhos e respirar fundo ou contar até 10, 50, 100, 1.000. Você pode até mesmo ir para outro cômodo até que você esteja mais calmo para discutir a situação. Tente desenvolver suas habilidades para resolver conflitos de maneira eficaz, como  a Comunicação Não-Violenta. Entenda o desenvolvimento da criança e tente não esperar mais de uma criança do que ela é capaz de fazer, de acordo com o desenvolvimento dela.

8. Aprenda a ver o choro do bebê como sua forma de comunicação de necessidades e, em seguida, aprender a decifrar essas necessidades. Aprenda a ver as birras de uma criança como expressão de uma necessidade de compreensão, em vez de manipulação e, em seguida, aprender a ensinar o seu filho a lidar com suas emoções fortes através do exemplo. Conheça o seu filho e aprenda a antecipar e ajudá-lo a expressar suas necessidades.

9. Respeite e reconheça a ansiedade de separação de seu filho. Você provavelmente está sentindo muita pressão para se separar do seu filho, como um teste para independência e desenvolvimento saudáveis porém, você vai perceber que talvez ele não esteja pronto em termos de desenvolvimento.

10. Se você está trabalhando, tente buscar alternativas para trabalhar em casa ou para trabalhar meio período. Se isto não é uma opção, procure um cuidador que irá cuidar por você de uma maneira consistente, amoroso e condizente com a criação com apego.

 

Este texto foi baseado no texto What Is Attachment Parenting? publicado pela Attachment Parenting International.

Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

Newsletter

Não perca o melhor do Paizinho no seu email. De graça

Veja esses conteúdos também!

Fazer exercício “Na força do ódio”? | #shorts

Quem me acompanha por aqui e no instagram, sabe que eu tenho adotado hábitos mais saudáveis e feito exercício físico todos os dia. Por isso eu convido vocês a refletirem sobre como a gente encara o exercício como um sofrimento, algo que a gente odeia. Assista a conversa completa em: ========================= Para conhecer mais do

Leia mais »

Faça isso quando seu filho pedir algo. #shorts

Quando nossos filhos nos pedem algo, eles estão expressando a sua vontade, o seu desejo. E isso é legítimo. Nós também desejamos coisas. Isso não quer dizer que vamos atender essa vontade, mas validar esse desejo já ajuda muito. Embarque nos pedidos deles, imagine juntos e você vai ver como melhora o comportamento e diminui

Leia mais »

Os homens e a sobrecarga materna. #shorts

O episódio do chilique dessa semana falou sobre a saúde mental materna e como os homens precisam estar atentos às companheiras. ========================= Para conhecer mais do meu trabalho, clica aqui http://paizinho.link/links ==CRÉDITOS== Direção: Hugo Benchimol Edição e Pós-Produção: @ducashow Revisão: Evelyn Martins #parentalidade #filhos #paisefilhos #criacaocomapego #maternidade

Leia mais »

Bebês agem dessa forma. | #shorts

A maioria das tretas na pracinha são por conta das disputas de brinquedos entre bebês, quando na verdade, os bebês não tem muito a noção do que é brincar junto ou que aquele brinquedo é do outro. Falei sobre todas essas tretas no vídeo abaixo: ========================= Para conhecer mais do meu trabalho, clica aqui http://paizinho.link/links

Leia mais »

Comentários

24 comentários em “10 Maneiras de Incorporar a Criação com Apego na Sua Vida”

  1. Flávia Alexandrino

    Olá Thiago, post antigo, mas busquei a informação sobre a cama compartilhada e no texto diz algo que me deixou confusa. Disse o texto que cama compartilhada só é indicada para mães que amamentam exclusivamente.Isso significa dizer que quando ocorre a introdução alimentar, por volta dos seis meses, mesmo que ainda estejamos amamentando, não é mais recomendado? Existe um limite então (um prazo determinado pela amamentação exclusiva)para a cama compartilhada? Abraço. Flávia Alexandrino.

    1. Oi, Flávia! Não, porque a partir do momento em que o bebê cresce, o risco de morte súbita cai bastante. Essa recomendação é feita no sentido de que mães que oferecem mamadeiras aos bebês, ao invés de amamentar, podem não ter o mesmo nível de estado de alerta no sono, justamente por causa dos ciclos de mamadas e dos hormônios da amamentação.

      1. Flávia Alexandrino

        Você é incrível. Te admiro demais e todos os dias entro no seu blog. Todo santo dia em busca da leitura dos seus posts. Leio novos, releio outros que já havia lido. Parabéns e muito obrigada.

  2. Muito bom texto, o interessante é q eu conheci a teoria do apego hà pouco tempo, mas pratico desde q meu filho nasceu, gravidez tranquila, com cesárea, mas com muito amor, com amamentação, sem palmadas e cama compartilhada quando ele necessita, jantares todos os dias juntos, isso faz com q meu filho tenha uma base familiar e um sentido de família muito grande, fora q é uma criança muito tranquila e amoroso. Hj percebo q estamos criando uma geração carinhosa e segura apenas dando muito amor…

  3. Raiani E. Robson Tonnera

    olá pessoal estou em uma fase complicada .. Tenho um bb 2 anos e meio e outra de6 meses pra dormir é complicadíssimo pois ponho a maior na cama no meio da noite ela volta p meu quarto… Acaba sendo uma noite de sono desconfortável p mim pro pai , pra elas…. Está difícil!!!

  4. Oi, Thiago, tudo bom? Não entendi direito o que está escrito no item item 6, quando diz que “cama compartilhada só é aconselhada para mães que amamentam exclusivamente”. Como assim? Ou seja, após os 6 meses não é recomendado já que os bebês passam a não ser amamentados exclusivamente? Acredito que não. Não ficou muito claro para mim o que vc quis dizer. Obrigada!

    1. Oi, Andréa! Obrigado pelo seu comentário e por vir resolver sua dúvida.

      A recomendação de que cama compartilhada só deve ser praticada por mães que amamentam exclusivamente é no sentido de mães que apenas amamentam, e não utilizam mamadeiras ou outros dispositivos para oferecer leite aos seus bebês. Isso é justificado pelo fato de que a mãe que amamenta exclusivamente dorme em um estado de alerta maior do que a mãe que não amamenta, devido aos hormônios da lactação.

      No exemplo que você citou, aos 6 meses, quando o bebê já é mais velho, essa já não passa a ser uma preocupação porque ele já tem maior controle do seu pescoço e seu sistema respiratório é bem mais maduro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *