(traduzido e adaptado por Thiago Queiroz, da versão inglesa, link original)
Depois de alguma espera, recebi com uma alegria imensa a permissão para traduzir esse texto lindo, escrito pela Rita Brhel em 12/08/2009, para o blog The Attached Family. Rita Brhel é editora-chefe e líder de recursos da API (Attachment Parenting International), que gentilmente me concedeu a permissão.
O Vínculo Começa no Útero… Para Papais Também
A gravidez é um período fantástico para a criação de vínculo entre a mãe e o bebê, especialmente durante a primeira gestação. Não há como descrever como é escutar o coração ou sentir o bebê se mexer pela primeira vez. Ver a barriga crescer e crescer, com o passar dos meses, talvez uma ou duas ultras dando um vislumbre do útero, e então o poder transformador do trabalho de parto e nascimento – a gravidez é uma incrível jornada para a nova mãe.
E para o novo pai, enquanto ele observa seu filho ainda não nascido crescer na barriga da mãe, coloca sua mão sobre sua barriga, e consegue sentir um chute aqui e acolá. O nascimento é tão transformador quanto para o pai. Num momento, o bebê é pouco mais que um sonho e, em seguida, o bebê está aqui! O nascimento é um evento feliz, mas também pode ser confuso para o novo pai. Ele não tem a ajuda hormonal para se apegar ao bebê como a mãe, e com todo o tempo dedicado que a mãe se envolve nos cuidados com o bebê, o pai pode se sentir um pouco perdido em seu papel, no início.
Há inúmeras maneiras em que os pais podem se conectar com seus bebês após o nascimento. O que funciona em muitas famílias é fazer com que o pai assuma uma determinada tarefa de cuidado com o bebê, como dar banhos, ou ajudar a mãe na amamentação. Mas, ainda assim, pode demorar um pouco para que o pai sinta uma conexão especial com o novo membro da família que, de início, apenas parece estar tomando mais e mais energia e tempo, sem oferecer muito em troca.
Papais que se concentram no vínculo com seus bebês ainda no útero podem ser capazes de fazer com que o ajuste para a paternidade seja um pouco mais fácil. Aqui vão algumas dicas para os pais:
- Informe-se – leia sobre gravidez, nascimento e cuidados com bebês. Converse com outros pais. Quanto mais informado você estiver, mais confortável você se sentirá. Também é bom desenvolver uma rede de apoio para papais com a qual você possa contar, caso você precise de alguma ajuda com relação à sua esposa ou parceira, durante a gravidez, ou quando estiver se ajustando às mudanças após a chegada do bebê.
- Vá às consultas pré-natais – escutar o coração e ver a ultra ajudam a fazer com que a gravidez pareça mais real, especialmente nos primeiros meses quando o único sinal de gravidez é uma mãe com enjoos, cansada e mal-humorada. É também uma ótima maneira de mostrar suporte para a sua parceira.
- Sinta os chutes – Algumas semanas após a mãe conseguir sentir o bebê se mexer, você também será capaz de sentir. Alguns bebês chutarão se você colocar a mão na barriga. Mesmo que você não sinta todos os chutes, você pode empurrar gentilmente a barriga para encontrar um pé, ou cabeça, ou bumbum, ou costas. Você pode até assistir a barriga da sua parceira se mexendo enquanto que o bebê vira dentro dela.
- Converse ou cante para o bebê – Mesmo no útero, o seu bebê consegue ouvir a sua voz e reagir. Uma vez que o seu bebê nasce, ele poderá diferenciar a sua voz da mãe e de outras pessoas.
- Dê suporte à sua parceira – Ajude a sua parceira a lidar com os desafios físicos e com os altos e baixos emocionais da gestação. O stress da mãe pode afetar adversamente o desenvolvimento do bebê e a saúde da gestação, então mantendo a mãe calma, você estará praticando um ato muito amoroso tanto para a mãe como para o seu bebê.
- Diga “eu te amo” – Criar um vínculo com o seu bebê ainda não nascido é, em parte, ter fé para seguir em frente e se apaixonar pelo seu bebê, mesmo que você ainda não possa vê-lo ou segurá-lo. Iniciando essa conexão emocional sem ter nada em retorno preparará você para os primeiros meses difíceis, quando cuidar do bebê é muito trabalhoso.
Que dicas você tem para os pais que buscam iniciar o processo de apego com seus filhos ainda não nascidos?
2 comentários em “O Vínculo Começa no Útero… Para Papais Também”
Adoro quando encontro blogs de pais que falam de suas experiências. Melhor ainda quando me indicam ótimas fontes onde eu possa beber de boa educação, escrita e muito amor pros infantes. Olá, Thiago, td bem? Assim como você, apeguei-me pela ideia de ser pai, da sensação de ser genitor e da missão de ser humano com seres geneticamente e psicologicamente parecidos comigo hehehe Que bela surpresa seu espaço digital e parabéns pelo lindo rebento. Eu engravidei com minha esposa, e dito esses ritos que você comentou aqui à risca. É um prazer enorme. Abraços
Opa! É sempre bom encontrar pessoas que também pensam como a gente. E obrigado pelos elogios!