No Brasil, cinco milhões e meio de crianças não têm o nome do pai em seu registro.
Na verdade, esse é o número que temos dos pais que não registraram seus filhos.
E os que registraram e nunca estiveram presentes?
A expectativa do que realmente seria a quantidade de crianças que não têm um pai presente é assombrosa.
Essa carta é para você, pai ausente.
Talvez você até se ausente de receber essa mensagem, mas eu gostaria de tentar, mesmo assim.
Talvez você saiba como é crescer sem pai. Talvez você tenha vivência dessa ausência e se recorde do gosto amargo disso.
Mas talvez você não saiba que por trás de uma decisão tão fácil para o homem, essa decisão de não estar, moram efeitos devastadores.
A criança não amada.
A mulher sobrecarregada que precisa dar conta de tudo, mas não porque ela é forte como uma heroína.
E sim porque não há outra forma.
Mas existe algo que você também não saiba. Que essa criança terá filhos.
Se for um menino, ele será pai. E não existe sensação mais angustiante do que ser pai sem ter um pai. E eu conheço bem esse sentimento, porque foi assim comigo. Só pude reencontrar meu pai anos depois de ter meu primeiro filho.
Então, esse menino não terá um pai para conversar sobre seus dilemas de paternidade.
E tudo isso porque você não quis. Você não pôde. Você esteve ocupado. Você achou que não era sua responsabilidade.
A responsabilidade é sua. Você deve ter a iniciativa.
Corra atrás dos seus erros, construa o seu futuro de forma ativa e responsável. Nunca é tarde.
Não espere seu filho crescer, cresça com ele.
Agora.