Se você já acompanha o meu blog, sabe que eu falo bastante sobre criação com apego. Muitos dirão que eu só falo sobre criação com apego. E isso é verdade. Mas mesmo escrevendo muito sobre isso, eu tenho ideia de como pode ser confuso tentar ler tudo ou entender tudo o que existe por trás da criação com apego. Por exemplo, existem os oito princípios, que funcionam mais como ferramentas que auxiliam na formação de vínculos entre pais e bebês, mas ler todos os textos sobre cada um destes princípios é trabalhoso e, para alguns, até entediante.
Eu entendo, é muita coisa mesmo. Mas isso é algo bom, porque se criação com apego fosse algo tão simples, logo, logo, o assunto ia acabar e eu teria que escrever sobre outra coisa aqui no blog. Talvez gatos. Ou vídeo-game. Mas não! Criação com apego é bem mais complexo, e sempre há algo para refletir sobre, e por isso que eu resolvi fazer um grande resumo com as informações essenciais sobre cada um dos princípios da criação com apego. Para os leitores novos, ou para quem ainda não conhece esse estilo de criação, esse post também será um ótimo ponto de partida.
E, antes de começarmos, só mais um aviso: como este texto é um grande resumo de tudo o que é proposto em termos de criação com apego, muitos detalhes ficaram de fora. Então, se você quiser se aprofundar, eu recomendo ler a tradução dos Oito Princípios da Criação com Apego.
Criação com Apego: uma introdução muito breve
Criação com apego é um termo dado a um conjunto de ferramentas que ajudam os pais a criar vínculos com seus filhos, através do atendimento consistente e amoroso das necessidades do bebê. Esse é o carro chefe, mas no caminho, você acaba ensinando ao seu filho valiosas lições para toda a vida, como empatia e compaixão.
É bom chamar os princípios de ferramentas, porque aí desassocia a falsa impressão de que é preciso seguir todos os princípios para criar com apego. Imagine a criação com apego como uma grande caixa de ferramentas: você avalia cada uma delas e escolhe as que melhor se adequam à sua necessidade.
E pense também que o objetivo principal aqui é auxiliar a criação de um vínculo de apego seguro entre pais e filhos. Para isso, todos têm que estar receptivos emocionalmente para se dar com o coração. Enquanto que para os pais, isso pode requerer uma certa disponibilidade emocional, para os bebês é uma questão de sobrevivência: eles têm uma necessidade real de vínculo, para se orientarem e crescerem.
1. Preparando para a Gestação, Nascimento e Criação
Este é o começo de tudo, literalmente. E, por isso, é uma parte tão importante na criação com apego. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, este princípio não trata apenas de buscar um parto natural, pois ele abrange muitas coisas que vão além disso. Eu sempre gosto de encarar este princípio como o primeiro passo na criação de um vínculo forte com os nossos filhos, então é importante refletir sobre esses pontos.
- Reflita e tente resolver questões sobre a sua própria infância, procurando ajuda profissional se for preciso
- Estude e explore as diferentes filosofias de criação
- Avalie as diferentes opções de parto e cobertura de planos de saúde, para que você possa se planejar
- Estude sobre o parto natural, sabendo que além das vantagens indiscutíveis para a saúde da mãe e do bebê, o parto é extremamente benéfico para a construção do apego
- Estude sobre a amamentação
- Tente permanecer fisicamente ativa durante o parto
- Pesquise sobre as “rotinas” para cuidados com o recém-nascido como banho, circuncisão, colírios, exames de sangue, coleta de sangue do cordão umbilical, etc. Registre as suas preferências e informe aos profissionais de saúde que assistirão você
- Considere uma doula para o parto e/ou pós-parto
- Defina expectativas realistas para ambos pais e bebê
- Sempre converse com o seu parceiro(a) e discuta as possibilidades
- Seja flexível!
2. Alimentando com Amor e Respeito
A construção de vínculos fortes através da alimentação é algo que podemos carregar para a vida toda, por isso que este princípio é tão importante. Não se trata apenas de amamentar os filhos, mas também da alimentação consciente dos filhos e do uso dos momentos da refeição como momentos de união com a família.
- A amamentação é uma das maneiras mais primitivas que uma mãe pode iniciar um vínculo de apego seguro com seu bebê
- A amamentação satisfaz as necessidades nutricionais e emocionais do bebê melhor do que qualquer outro método de alimentação infantil
- Alimente o bebê assim que ele der sinais, ou seja, em livre demanda
- Amamentar continua a ser normal e importante tanto nutricional, imunologica e emocionalmente após um ano
- Amamentar é uma ferramenta valiosa para a mãe dar conforto e segurança ao bebê, de maneira natural, inclusive para atender às necessidades de sucção do bebê
- Antes de optar por usar mamadeira e chupeta, informe-se sobre os problemas potenciais que existem no desenvolvimento do bebê com o uso de bicos artificiais
- Enquanto o bebê estiver sendo amamentado, bicos artificiais também podem provocar confusão de bicos e prejudicar a amamentação
- Avalie alternativas ao uso de mamadeira e chupeta, como copinho, sonda, entre outros
- Mesmo quando a mãe não pode amamentar, é importante para o vínculo reservar a alimentação apenas pela mãe
- Associe o uso da mamadeira e da chupeta com o colo e atenção exclusiva ao bebê, para que não se tornem objetos de transição
- Comece a introdução aos sólidos quando o bebê der sinais de que está pronto, e não com base na idade
- Siga os sinais que o bebê dá sobre o que e quanto comer, deixe-o desenvolver seu paladar naturalmente
- O alimento gradualmente toma o lugar do leite em termos de necessidade calórica, mas amamentar continua a atender muitas outras necessidades, como conforto e desenvolvimento
- Se a você precisar desmamar antes que o filho dê sinais de que está pronto, faça isso gentilmente
3. Respondendo com Sensibilidade
Este é o coração de toda a criação com apego, pois tudo se resume a estar sensível ao bebê. A sensibilidade na resposta às necessidades do bebê são a base de um vínculo de apego seguro, pois é onde os valores de empatia e compaixão são aplicados no dia a dia. Muitas vezes, você receberá conselhos não solicitados e prejudiciais, alegando que o que praticamos irá mimar o bebê, mas é importante termos sempre em mente que estes conselhos não têm fundamento científico algum.
- O cérebro dos bebês é muito imaturo e subdesenvolvido no nascimento, por isso eles não são capazes de se acalmar ou dormir sozinhos
- Entenda os ritmos internos e rotinas naturais do seu bebê, e tente se ajeitar ao redor deles
- É perfeitamente normal que bebês queiram contato físico constantemente, bebês sentem-se seguros no colo
- Quando o bebê é deixado chorando durante muito tempo e frequentemente, seu cérebro atinge altos níveis de stress com liberação de hormônios a níveis alarmantes. Isto pode colocá-lo em risco de passar por problemas físicos e emocionais a longo prazo
- O choro do bebê é a forma mais primitiva e verdadeira de comunicação, então não deveríamos ignorá-la
- As explosões de raiva, também conhecidas por tantrums ou “birras”, representam emoções reais e devem ser levadas em conta seriamente, mesmo que os motivos pareçam “bobos” para nós
- Algumas emoções são muito poderosas para o cérebro imaturo de uma criança lidar de uma maneira socialmente aceitável
- Durante uma explosão de raiva, os pais ajudam mais se derem conforto ao filho, ao invés de ficar com raiva ou punir
- Mesmo com o filho mais velho, é importante que a conexão seja mantida através do respeito aos sentimentos da criança, e tentando entender as necessidades por trás de seus comportamentos
- Demonstre interesse nas atividades do seu filho e participe das brincadeiras criadas por ele
4. Usando o Contato Afetivo
Este é o princípio mais perceptível visualmente da criação com apego. Sempre que encontramos alguém carregando seu bebê em um sling ou num wrap, damos aquele sorriso, como se estivéssemos encontrando um semelhante no meio da multidão. Mesmo que apenas carregar o bebê num sling não garanta que a mãe (ou pai) esteja criando com apego, já é algo positivo para o bebê ficar tão próximo ao corpo do seu cuidador. Porém, este princípio não se resume a usar slings, há muito mais que pode ser feito para garantir um contato afetivo.
- O contato afetivo estimula os hormônios de crescimento do bebê, melhora o desenvolvimento intelectual e motor, e ainda ajuda a regular a temperatura do corpo, batimentos cardíacos e padrões de sono
- Os bebês que recebem contato afetivo têm mais chances de ganhar peso mais rápido, mamar melhor, chorar menos e serem mais calmos
- Os momentos da amamentação e do banho oferecem ótimas oportunidades para o contato pele a pele
- Massagens podem acalmar bebês com cólica, ajudar uma criança a relaxar antes de dormir e dá oportunidade para interações proveitosas
- Carregar um bebê, ou usar o babywearing atende as necessidades do bebê de contato físico, conforto, segurança, estímulo e movimento
- Evite o uso de dispositivos destinados a segurar o bebê sozinho, como balanço, pula-pula, carregadores plásticos e carrinhos
- Mesmo com o filho mais velho, invista em abraços, aconchegos, carinhos nas costas e massagens. Todos estes atendem às necessidades de toque
- Use brincadeiras e jogos para encorajar a proximidade física
- Todos os seres humanos (incluindo adultos) desenvolvem-se com o toque e as conexões que ele promove
5. Garantindo um Sono Seguro, Física e Emocionalmente
Há um grande mito de que os bebês devem dormir a noite inteira, e isso acaba gerando frustração e ansiedade imensas nos pais, principalmente quando a primeira pergunta que todo mundo faz é: “o seu bebê já dorme a noite toda?”. Por isso que este princípio é tão importante, para que todos os pais tenham a certeza de que bebês não dormem a noite inteira, por uma questão de sobrevivência.
Bebês precisam da garantia de pais amáveis para sentir-se seguros durante a noite. Muitos bebês podem passar por fases onde dormem por longos períodos de tempo, mas isto não é regra e, mesmo assim, eles podem acordar ocasionalmente devido a pesadelos, dentição, doença ou saltos de crescimento. Os bebês são bastante sensíveis ao stress de seus pais, o que também pode afetar seus padrões de sono.
- Cosleeping é o termo dado aos pais que dormem próximos aos seus filhos. Isso inclui tanto dormir na mesma superfície (cama compartilhada), como dormir em superfícies diferentes (berço acoplado, moisés, etc.)
- A cada dia, novas pesquisas demonstram que a cama compartilhada, quando praticada por pais informados, pode ser segura e benéfica
- A Síndrome de Morte Súbita Infantil, segundo novos estudos, é reduzida por pais que praticam cosleeping seguro
- Independente dos arranjos de sono, as rotinas noturnas ajudam todos a relaxar depois de um dia cansativo e criar hábitos de sono mais saudáveis
- Tenha em mente que as rotinas de sono mudam ao longo do crescimento e amadurecimento do seu filho
- Ajude o seu filho a aprender a confiar no seu próprio corpo quando ele estiver cansado, reconhecendo sinais de cansaço, e não forçando ele a dormir quando não estiver cansado, ou tentando mantê-lo acordado quando ele estiver cansado, só para cumprir uma rotina
- Quando a hora chegar do seu filho fazer a transição para sua própria cama, faça com que a transição seja gentil e que os pais respondam aos sentimentos de medo ou tristeza que a criança possa sentir
- Crianças mais velhas podem ainda apreciar um breve aconchego com seus pais antes de irem para a cama
- Nem a criação com apego, nem a cama compartilhada precisam atrapalhar a intimidade do casal. Com um pouco de criatividade, incluindo momento e local certo, o casal pode garantir que a intimidade seja mantida
6. Provendo Cuidado Consistente e Amoroso
Este princípio costuma ser muito mal interpretado, pois trata da importância que a presença consistente de um cuidador amoroso tem para o desenvolvimento do bebê e para o vínculo de apego seguro. Muitas mães que precisam retornar ao trabalho sentem-se desamparadas por este princípio e sentem que não podem criar com apego se não largarem tudo e ficarem em casa, cuidando de seus bebês. Isto não é verdade.
Não há dúvidas de que bebês têm uma necessidade intensa da presença física de um cuidador amável, consistente e receptivo. Além disso, sabemos que a situação ideal é que esse cuidador seja dos pais, mas isso não é a realidade de muitas famílias. Porém, é importante saber que o cuidado diário e interações amorosas constroem fortes laços. Se o bebê recebe cuidado com amor desde o início da vida, os pais fortaleçem o relacionamento com seus filhos, construindo um vínculo de apego saudável. Mas, se nenhum dos pais pode ser um cuidador em tempo integral, então o bebê precisará de alguém que não seja apenas amoroso e consistente, mas alguém que tenha formado uma ligação com ele.
- Tente criar maneiras para desenvolver novas rotinas que incluam o bebê, ao invés de tentar fazer com que ele se adeque a uma rotina que existia antes de sua chegada
- Pense em levar o bebê dormindo para um encontro à noite, praticar exercícios como caminhadas com o bebê no sling, levar um cuidador de confiança junto para noites longas ou eventos especiais
- Quando separações curtas são necessárias, use um cuidador de confiança que o bebê tenha vínculo e que concorde com a proposta da criação com apego
- Respeite os sentimentos do seu filho e sobre estar pronto para a separação
- Entenda que mesmo filhos mais velhos podem ter dificuldades com a separação, às vezes
- É muito importante que os pais que se separam dos seus filhos usem um tempo dedicado para reconectar com seus filhos após a separação
- Bebês ficam prontos para a separação em idades diferentes, mas pesquisas mostram que separações por períodos superiores a duas noites seguidas podem ser muito difíceis para crianças com menos de três anos de idade
- A permanência em creches por períodos superiores a vinte horas por semana podem ser muito estressantes e prejudiciais à saúde do bebê, enquanto ela tiver menos do que trinta semanas de vida. É preferível que a criança esteja em casa, sob os cuidados de um dos pais ou cuidador de confiança
- Os pais devem desejar e encorajar que seus filhos criem vínculos com seus cuidadores
- Mudanças frequentes de cuidadores podem ser bastante danosas para o processo de criação de vínculos
- Faça a transição para um cuidador com uma certa antecedência, antes de qualquer separação efetiva, para que o processo seja gradual e confortável para seu filho
7. Praticando a Disciplina Positiva
A disciplina positiva, para muitas mães e pais, é uma das partes mais desafiadoras da criação com apego, mas é um dos princípios mais libertadores e recompensadores, na minha opinião. Para começar, a disciplina positiva nos coloca numa posição (muito) desconfortável em relação à nossa própria infância, pois nos coloca a refletir e questionar a maneira como a maioria de nós fomos criados. Muitos de nós viveram a era da disciplina autoritária, punitiva e agressiva, mas agora somos convidados a pensar que existem maneiras mais amorosas e empáticas de se criar um filho.
A regra de ouro aqui é: tratar nossos filhos assim como nós gostaríamos de ser tratados. E a disciplina positiva, por si só, é um universo à parte com tantos livros, estudos e informações que seria impossível fazer um resumo perfeito.
- Pôr medo nos filhos não tem nenhum propósito e cria sentimentos de vergonha e humilhação. O medo é um fator que eleva o risco de comportamento anti-social no futuro, incluindo a prática de crimes e abuso de substâncias
- Estudos mostram que bater ou aplicar outras técnicas de disciplina física podem criar problemas emocionais e comportamentais
- A disciplina dura e física ensina aos filhos que a violência é a única maneira de resolver problemas
- Disciplinas controladoras, ou manipuladoras, comprometem a confiança entre pais e filhos, prejudicando os vínculos
- A disciplina positiva envolve o uso de técnicas como prevenção, distração, e substituição para guiar gentilmente os filhos para longe do perigo
- Ajude seu filho a explorar com segurança, vendo o mundo através de seus olhos, e demonstrando empatia enquanto ele experimenta as consequências naturais de seus atos
- Tente entender a necessidade por trás de um determinado comportamento do seu filho. Eles frequentemente demonstram seus sentimentos através do comportamento
- Os filhos aprendem através de exemplos, então é importante esforçar-se para oferecer um modelo com ações e relacionamentos positivos
- Quando os pais reagem de uma maneira que sentimentos de tensão, raiva ou mágoa são criadas, eles podem reparar todos os danos na relação, desde que dediquem tempo para reconectar e pedir desculpas
- Use a empatia e o respeito
- Entenda a necessidade não atendida
- Trabalhe em conjunto para obter soluções
- Crie um ambiente que propicie o “sim”
- Evite dar nomes e apelidos
- Faça pedidos usando afirmativas
- Converse com o seu filho, antes de intervir
- Não obrigue seu filho a pedir desculpas
- Ofereça escolhas
- Seja sensível a fortes emoções
8. Mantendo o Equilíbrio entre a Vida Pessoal e Familiar
Este é o princípio que é “esquecido” com mais frequência. Muitas vezes, estamos tão imersos na criação de nossos filhos, tão imersos em nossos problemas e dificuldades que nos esquecemos do equilíbrio. Nós esquecemos que nós mesmos temos as nossas necessidades. No mundo ideal, toda a família tem suas necessidades reconhecidas, valorizadas e atendidas, mas isso não é o que acontece no mundo real. Por isso que é tão importante ter sempre ali, no topo da cabeça, esse pequeno lembrete de que as necessidades de todos são importantes e devem ser atendidas sempre que possível.
- Quando em equilíbrio, os membros da família são mais capazes de ser emocionalmente compreensíveis
- A melhor defesa contra sentir-se isolado é olhar para fora e criar uma rede de suporte na sua comunidade
- As necessidades dos filhos devem ser uma prioridade, e quanto mais jovem o bebê, mais intensas e urgentes são suas necessidades. Mesmo assim, ele é uma parte daquilo que envolve a família como um todo, incluindo as necessidades dos pais (como indivíduos e como casal) e dos irmãos
- Aproveite o hoje, e aceite o fato de que ter filhos muda as coisas
- Trace metas realísticas
- Priorize pessoas ao invés de coisas
- Não tenha medo de dizer “não”
- Seja criativo para encontrar maneiras de ter um tempo a dois
- Reserve um tempo para si mesmo
- Busque ajuda de terceiros para tarefas
- Tire sonecas
- Evite sobrecarregar sua agenda
- Saia de casa
- Cultive amizades com outros pais que pratiquem criação com apego
- Lembre-se dos mantras “vai passar” e “é uma fase”
76 comentários em “Criação com Apego: Aquele Resumo Que Você Sempre Quis”
Que bom, Carla, que você se sente acolhida! Nesse mundo em que nós sentimos como se fôssemos uns ETs, criando nossos filhos de uma maneira que é esquisita aos olhos de todos, o senso de comunidade é essencial para não surtarmos, né mesmo?
Um abraço!
Pois é, a gente nunca vai acertar sempre mesmo. Por isso que eu sempre tento focar no objetivo a longo prazo. O caminho pode ter uns tropeços, mas lá na frente isso vai fazer pouca diferença.
#tamojuntoeapegado
Oi!!! Conheci agora seu blog, através de um link no facebook e o assunto “criação com apego” me interessa muito, embora eu acho que tenha falhado muito na questão da sensibilidade. Meu filho hoje tem 11 meses (quase 1 ano). Infelizmente não amamentei como gostaria, mas pelo menos ele foi alimentado somente por mim e as vezes pelo pai durante muito tempo. Não ficávamos muito com ele no colo para que ele não acostumasse e hoje eu vejo que aqueles momentos em que ele estava alimentado, limpo, descansado e continuava chorando ele só queria colo! Mesmo sentindo um amor imenso por ele, muitas vezes perdi a paciência e gritei pq eu tinha um monte de coisas para fazer e ele , que no meu entendimento tinha suas necessidades básicas atendidas, continuava chorando e ele só tinha 2 meses e pouco. O problema é que por entender que os bebês nos entendem desde pequenos, eu enxergava nele uma pessoa grande. Dê uns meses pra cá tento mudar minha postura e enxerga-lo como ele é, do tamanho que ele é, procurando interagir mais. O pai mesmo trabalhando o dia todo, desde que nasceu , sempre pegava e ficava um tempo com ele no colo e ficava brincando, acho que por causa disso meu filho aparentemente é mais apegado ao pai do que a mim, quando ele vê o pai ele chora pq quer o colo dele, muitas vezes pra sair do colo do pai pra vir pro meu ele chorava e uma vez que deixamos ele na minha sogra e chegamos juntos a pessoa que ele chorou pra ir no colo foi o pai. O interesse de ficar mais comigo aumentou um pouco ao passo que eu fui interagindo mais, mesmo assim ele chora quando vê o pai. Eu não estou tendo a relação com meu filho da forma que eu achei que seria e quero muito mudar, por isso pesquiso sobre a criação com apego, até pra que ele viva emocionalmente bem suas próximas fases da vida. Pode me ajudar!? o que eu faço? agradeço se responder. abraços
Olá, grazisan!
Obrigado por compartilhar sua história, mas não se sinta sozinha. Muitas mães estão no mesmo lugar e abrir o coração desse jeito requer muita coragem e vontade de mudar. Então, parabéns por isso!
O que eu gostaria de dizer a você é: não se prenda tanto ao que você deixou de fazer no passado, mas no que você pode fazer daqui para frente. É perfeitamente possível você cultivar um vínculo de apego seguro com o seu filho! Lembre-se que ele ainda é um bebê. Ele ainda precisa (e ama) colo, ele ainda chora e precisa de suas necessidades atendidas. Tirando o nascimento e a amamentação, que já passaram, tem muita coisa que você pode fazer para fortalecer seus vínculos. Além disso, de uma maneira geral, à medida que o bebê vai crescendo, a importância da disciplina positiva vai crescendo exponencialmente na relação pais e filhos, então tente também ler bastante sobre isso, porque vai ser de grande ajuda.
Agora, se eu pudesse resumir tudo isso em uma única frase, eu diria: siga o seu coração.
Abraços 🙂
Tento sempre seguir a criação com apego, mas as x peco esbarrando nos mesmos erros de minha mãe. É aí então que revejo meus erros e volto atrás se preciso for.Seu texto é incrivelmente bom, simples, claro e objetivo. Amo ler vc! Tamo junto nesta deliciosa maneira de criar nossos pequenos .
Thiago, adorei o resumão! Como é bom ver que não estamos sozinhos. As vezes me sinto uma ET, quando o assunto é criação de filhos e até confesso que acabo cedendo em algumas ocasiões, de tanto que as pessoas me criticam. Já me peguei sendo rígida com meu filho desnecessariamente, esquecendo de que ele é apenas uma criança e está agindo como tal. Quando leio o seu blog (e o de outras mães que praticam a criação com apego), me sinto abraçada e, de certa forma, acolhida. É muito bom ver que não estamos sozinhos!!!