Todos nós temos uma definição sobre o que é Criação com Apego, baseada nas nossas experiências e no que já estudamos. A Attachment Parenting International (API), que propôs a releitura da Criação com Apego descrita pelo Dr. Sears, tem a sua própria definição sobre Criação com Apego, e de cada um de seus princípios. Por isso, achei interessante compartilhar com vocês o que a API entende.
A Criação com Apego é uma abordagem para a criação de filhos que promove um vínculo de apego seguro entre os pais e seus filhos. O apego é um termo científico para o vínculo emocional em um relacionamento. A qualidade do apego que se forma entre pais e filhos, aprendido a partir dos padrões de relacionamento com os cuidadores desde o nascimento, tem relação com a forma como a criança percebe relacionamentos. A qualidade do apego está relacionada com os efeitos que durarão a vida toda e, muitas vezes, tem um impacto muito mais profundo do que as pessoas pensam. Uma pessoa com um apego seguro é geralmente capaz de responder ao estresse de maneira saudável e estabelecer relações mais significativas e íntimas com mais frequência. Pessoas com apego inseguro podem ser mais suscetíveis ao estresse e a relacionamentos menos saudáveis. Um número maior de indivíduos com apego inseguro correm o risco de problemas mais graves de saúde mental, tais como depressão e ansiedade.
A maneira com que os pais desenvolvem um apego seguro com seu filho reside na capacidade dos pais para atender as necessidades dessa criança por confiança, empatia e afeto através do cuidado consistente, amoroso, e sensível. Ao apresentar habilidades saudáveis e positivas no relacionamento, os pais oferecem uma fundação emocional crítica para a criança aprender habilidades essenciais de auto-regulação.
- Preparando para a Gestação, Nascimento e Criação – A mensagem central deste princípio é a importância dos pais estudarem suas decisões sobre cuidados na gravidez, tipos de parto, tipos de criação. O parto sem uso de intervenções se mostra como o melhor começo para o vínculo mãe-bebê. No entanto, existem maneiras de modificar a experiência do vínculo inicial para as mães encontraram complicações.
- Alimentando com Amor e Respeito – Estudos mostram evidências inequívocas para a amamentação de bebês, junto com o desmame gentil e escolhas alimentares nutritivas. O aleitamento materno é a escolha mais saudável para alimentação de filhos. A fisiologia da amamentação promove uma alta capacidade de resposta da mãe e está associada com vários outros benefícios. Quando a amamentação não é possível, a alimentação através do leite artificial deve simular a proximidade da amamentação.
- Respondendo com Sensibilidade – Este princípio é o elemento central de todos os princípios, e é visto por muitos pais como a “pedra fundamental” da Criação com Apego. Ele envolve uma pronta resposta por um cuidador carinho. Métodos de treinamento e adestramento de bebês, como o comumente chamado “nana nenê,” são incompatíveis com este princípio. A fundação de responder com sensibilidade nos primeiros anos prepara os pais para todos os seus anos de maternidade e paternidade, modelando o respeito e o carinho.
- Usando o Contato Afetivo – Pais que carregam seus bebês em slings ou wraps estão aplicando este princípio. Bebês que não gostam de babywearing gostam de ser segurados nos braços. O toque continua a ser importante durante toda a infância e pode ser feito através de massagens, abraços, mãos dadas e carinhos.
- Garantindo um Sono Seguro, Física e Emocionalmente – Este princípio é a base para um dos temas mais polêmicos na criação de filhos. Muitos pais apegados compartilham o quarto com seus filhos. As mães que amamentam exclusivamente e que tomam as precauções de segurança necessárias podem preferir a compartilhar a sua cama. No entanto, este princípio pode ser facilmente aplicado a situações onde o bebê dorme no berço. A questão não é a superfície em que o bebê dorme, mas que os pais permaneçam sensíveis aos seus filhos durante o sono.
- Provendo Cuidado Consistente e Amoroso -O apego seguro depende da continuidade dos cuidados por um único cuidador principal. O ideal é que este seja um dos pais. No entanto, se ambos os pais devem trabalhar fora de casa, este princípio pode ser aplicado, garantindo que a criança está sendo cuidada por um serviço de cuidados que garanta um cuidador empático e sensível a longo prazo, por exemplo, uma babá em casa versus uma grande creche com alta rotatividade de funcionários cuidadores.
- Praticando a Disciplina Positiva -Há uma pressão muito forte contra o castigo físico nos últimos anos, mas estudos mostram que todas as formas de punição, incluindo castigos e “cantinhos do pensamento”, não só podem ser ineficazes para ensinar limites no comportamento de crianças, mas também prejudicial para o desenvolvimento psicológico e emocional. Os pais são incentivados a ensinar através do exemplo e usar técnicas de disciplina não punitivas, como a substituição, a distração, resolução de problemas e criação através da brincadeira. Os pais não estabelecem regras para que a criança obedece pelo bem da estrutura familiar, mas sim para ser o professor, o treinador, a líder de torcida, e o guia para orientar a criança enquanto ela desenvolve seu próprio senso de responsabilidade moral dentro da construção do sistema de valores da família.
- Mantendo o Equilíbrio entre a Vida Pessoal e Familiar – A Criação com Apego é uma abordagem centrada na família, em que todos os membros da família têm o mesmo valor. Os pais não são tiranos, mas também não são mártires. Os pais precisam balancear o papel de pais e sua vida pessoal, a fim de continuar a ter a energia e motivação para manter um relacionamento saudável e modelar estilos de vida saudáveis para seus filhos.
Este texto é uma tradução parcial de What Is Attachment Parenting?
2 comentários em “O Que É Criação com Apego – Uma Definição da API”
Criação com apego é o que pratico instintivamente. Adoro os seus textos
Não tenho nem o que falar sobre os benefícios que esse tipo de criação trás…. Meu filho teve muitas cólicas quando bebe, até os 5 meses… e a dor só aumentou nossa união. Muitos falavam que ele ia se acostumar com o colo… mas não me importava com isso. O mínimo que eu poderia fazer naquela fase de dor (além de massagens) era oferecer o conforto nos braços (ou colarinho com a ajuda do wrap)… Eu e meu marido nunca negamos colo. E com mamadas open bar (em qualquer lugar). Quando ele começou a engatinhar (ou mesmo se rastejar pelo chão) já não queria muito o colo (só quando estava com fome, ou incomodado com algo)… Trocou o berço pela cama com 1 ano e 3 meses (por iniciativa própria; pois ele não queria mais ficar dentro do berço; dai deixei ele dormindo no colchão no chão quase que por 1 mês, até eu me convencer que ele não voltaria para o berço). Começou a andar antes de ter 1 ano… não sei, acho que a criação com apego gerou uma confiança maior nele. Hoje, o Dante tem 2 anos, mas ainda ofereço colos, mas os motivos são outros. No começo do ano, pra sair de casa, ele não queria andar ao meu lado na calçada. Hoje, ele vai o caminho inteiro segurando minha mãe… Acho extremamente importante mostrar que estamos com ele nos momentos críticos (para ele), seja pelas necessidades básicas ou nas horas das frustrações… lidar com nossos sentimentos é difícil demais, se nós, que somos crescidos temos problemas com isso, imagine os pequenos, que estão sentido pela primeira vez essas emoções.
Adoro seu blog, principalmente por compartilhar assuntos importantes como esse. Tem muitas mães que não sabem sobre isso e aderem à criação com apego sem saber Sr, e tem outras que procuram na internet outras formas para criar o filho, ou lidar com alguma fase da criança; e com seu blog, elas poderão encontrar uma boa alternativa. Continue sempre escrevendo! Um abraço p seu Dante e sua família.
http://www.coresdodia.com