Sábado passado, dia 19/06, foi o dia dos pais nos Estados Unidos. E, tentando conscientizar — e divulgar — uma paternidade consciente e participativa, a Attachment Parenting International está usando essa semana para postar textos escritos por pais que praticam a criação com apego.
Pediram a mim para escrever também, e eu sempre fico super feliz de poder contribuir para o blog da API, principalmente por ser uma oportunidade de expormos a nossa realidade no Brasil para um público majoritariamente estadunidense. Bem, o meu texto original está bem aqui, mas em inglês. A versão do texto em português está logo abaixo.
De vez em quando, eu começo a pensar no homem que eu era, antes de ter filhos, e eu sempre me surpreendo com o quanto eu mudei durante esse período de tempo tão curto.
Considerando que eu tenho 33 anos, ser um pai por 3 anos significa que eu tenho muito mais tempo de vida como não-pai. Mesmo assim, eu posso dizer com certeza que estes últimos 3 anos foram os mais transformadores de toda a minha vida.
Quando o meu primeiro filho nasceu, eu não sabia muita coisa sobre paternidade — assim como a maioria dos outros pais de primeira viagem. A paternidade me convidou para me tornar mais consciente da minha própria sensibilidade, e eu disse sim para isso. Eu pulei nessa piscina gigante de incertezas chamada paternidade e, enquanto estava nadando por ali, conseguia entrar em contato com a minha própria sensibilidade.
E, observando as necessidades e sentimentos do meu filho, comecei a responder a tudo isso — o que permitiu que eu construísse um vínculo amoroso com o meu filho.
No meio disso tudo, eu também estava aprendendo muito sobre mim mesmo e meus próprios sentimentos. Eu parei de me esconder deles e comecei a explorá-los, a escutar a mim mesmo e passando a me conhecer como uma pessoa totalmente nova.
Ah, e não parou por aí!
Eu percebi que essa transformação também estava afetando os meus relacionamentos com outras pessoas, principalmente porque, finalmente, eu também estava enxergando os sentimentos delas. Eu comecei a entender o que era empatia e isso mudou completamente a maneira com que eu me relaciono com a minha parceira, amigos, família e todo mundo ao meu redor.
Alguns anos depois, meu segundo filho nasceu — não só para me lembrar que o amor não é algo que se divide, mas algo que se multiplica. É um lembrete de que uma das coisas que eu mais amo em ser pai é como seres tão pequenos e novos podem me ensinar as lições mais valiosas sobre a vida.
Então, se você me perguntar o que ser pai significa para mim, eu diria que é como pular em uma experiência de vida que vai transformar você para melhor — em um ser humano mais sensível.