fbpx

3 Passos Para Manter a Calma Quando Seu Filho Perde a Calma

"... é natural que os filhos tenham sentimentos intensos, e também é natural expressá-los. Se nós perdemos o controle quando nossos filhos ficam chateados, nós passamos a mensagem de que seus sentimentos não são permitidos, o que não irá ajudá-los a aprender a regular suas emoções. Pior ainda, nós estamos dizendo que nós não podemos nos controlar até que eles controlem a si mesmos!"

Para quem não conhece, a Dra. Laura Markham é psicóloga e tem um belo trabalho, ajudando pais e mães a criar seus filhos com mais afeto. Ela escreveu o livro Peaceful Parent, Happy Kids e também tem um blog chamado Aha! Parenting que eu recomendo muito a leitura.

Há algumas semanas, ela publicou um texto que deveria ser traduzido para todas as famílias, pois diz respeito a uma coisa que todo pai e toda mãe passa: como manter a calma quando o próprio filho já perdeu a calma. Foi com muita alegria que recebi permissão para traduzir o artigo que ela escreveu, cujo original pode ser encontrado aqui, em inglês.

3 Passos Para Manter a Calma Quando Seu Filho Perde a Calma

Ver o seu filho em sofrimento, e especialmente se essa angústia é direcionada a você, é a experiência mais desconcertante que existe. De maneira selvagem, pensamentos fora do controle afloram espontaneamente para um desastre épico. Raiva, insegurança e outros sentimentos destrutivos rapidamente nublam o seu pensamento. E se você pudesse trabalhar para colocar esses pensamentos de lado, e de uma forma análoga à meditação, concentrar-se em estar presente no momento, concentrar-se em lembrar de respirar? Isso ajudaria você a se concentrar no seu filho, e na tarefa imediata diante de você, ao invés de suas implicações globais.Claudia Gold

Quando nosso filhos fazem malcriação, batem, ou estão simplesmente em sofrimento, é natural que nós entremos em pânico. Estamos todos mergulhados no cenário “lutar, fugir ou congelar” porque é que nos sentimos em uma emergência. E se a angústia de nossos filhos é dirigida a nós, então eles começam a se parecer com o inimigo.

Mas é natural que os filhos tenham sentimentos intensos, e também é natural expressá-los. Se nós perdemos o controle quando nossos filhos ficam chateados, nós passamos a mensagem de que seus sentimentos não são permitidos, o que não irá ajudá-los a aprender a regular suas emoções. Pior ainda, nós estamos dizendo que nós não podemos nos controlar até que eles controlem a si mesmos! Independente que eles tenham 5 ou 15 anos, não é isso que queremos oferecer como modelo.

Claro, sabemos que podemos lidar melhor com qualquer situação na criação de filhos quando estamos calmos. Mas quando estamos sob o domínio de emoções fortes, nós não estamos pensando. Nós não podemos nos ajudar.

Ou podemos? E se existissem três passos que ajudassem você a voltar a uma situação de calma, e ainda evitar que o seu filho fique chateado com tanta frequência? Eles existem.

Passo 1: Regule as Suas Próprias Emoções

  • PARE, LARGUE tudo o que você estiver fazendo e RESPIRE profundamente.
  • Diminua a pressão: lembre-se de que não há nenhuma emergência. Ninguém está morrendo.
  • Mude seus pensamentos: diga mentalmente um pequeno mantra: “Ele está agindo como uma criança porque ele É uma criança. Eu sou o adulto aqui.”
  • Alivie fisicamente a sua tensão: perceba onde você está acumulando tensão no seu corpo e sacuda ela para fora. Respire fundo e expire. Faça um som alto, mas algo que não seja ameaçador. Muitas vezes, a água nos ajuda a ganhar chão. Segure suas mãos embaixo de uma água corrente, ou beba um pouco de água.
  • Esteja aqui agora. Se você conseguir se trazer para o momento presente, sua tristeza irá embora. Isto porque quando estamos tristes, na verdade, estamos reagindo exageradamente — nós temos emoções desencadeadas pelo passado (“Meus pais já teriam me batido por ter falado algo assim!”) ou pelo medo do futuro (“Meu filho vai ser um sociopata!”). Neste momento, se você conseguir deixar isso tudo passar, não vai existir nenhuma emergência.

Passo 2: Mude a Energia

  • Faça coisas emocionalmente seguras. Diga “Nós estamos tendo um momento difícil, querido. Vamos tentar fazer tudo de novo.”
  • Use a Empatia. Reconheça a perspectiva do seu filho. “Parece que você quer _____.”
  • Encontre um denominador comum. “Você precisa de ______ e eu preciso de ______. Como nós podemos resolver isso?”
  • Conecte-se. Neste momento, que ação provocaria a cura? Todo o resto pode esperar.
  • Ajude o seu filho a ficar emocionalmente regulado. Crianças normalmente conseguem fazer isso de maneira mais eficiente quando choram na segurança dos nossos braços/presença. Agora que você está calmo, você pode oferecer a sua compaixão para ajudá-lo a sentir-se seguro o suficiente para chorar. Respire durante todo o processo, sempre se lembrando que as lágrimas do seu filho são sua maneira de abrir o coração e reconectar.

Passo 3: Aprenda a Lição

  • Aprenda. Quando você estiver calmo, reflita no que você pode aprender do que aconteceu. Como você pode dar suporte a si mesmo para permanecer mais emocionalmente regulada? (Permita-se mais tempo, durma mais, menos compromissos, veja as coisas sob a perspectiva do seu filho?)
  • Ensine. Mais tarde, quando você e seu filho estiverem sentindo-se calmos e conectados, diga “Nós tivemos um momento difícil hoje, não é? Desculpa, eu fiquei chateado. Eu acho que fiquei preocupado. Eu tenho trabalhado duro para não gritar. O que cada um de nós pode fazer diferente da próxima vez?”
  • Mude. Se esta é uma situação recorrente, faça uma lista de possíveis soluções e comece a tentar por elas. A vida é muito curta para sofrer os mesmos problemas de novo e de novo.

Claro que você não lembrará destes passos no calor do momento. Então, por que não imprimir uma cola e carregá-la por aí com você? Com alguns meses de prática, você não vai nem lembrar da última vez que você perdeu as estribeiras.

por Dra. Laura Markham, fundadora do AhaParenting.com e autora do livro Peaceful Parent, Happy Kids: How To Stop Yelling and Start Connecting

Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

Newsletter

Não perca o melhor do Paizinho no seu email. De graça

Veja esses conteúdos também!

Fazer exercício “Na força do ódio”? | #shorts

Quem me acompanha por aqui e no instagram, sabe que eu tenho adotado hábitos mais saudáveis e feito exercício físico todos os dia. Por isso eu convido vocês a refletirem sobre como a gente encara o exercício como um sofrimento, algo que a gente odeia. Assista a conversa completa em: ========================= Para conhecer mais do

Leia mais »

Faça isso quando seu filho pedir algo. #shorts

Quando nossos filhos nos pedem algo, eles estão expressando a sua vontade, o seu desejo. E isso é legítimo. Nós também desejamos coisas. Isso não quer dizer que vamos atender essa vontade, mas validar esse desejo já ajuda muito. Embarque nos pedidos deles, imagine juntos e você vai ver como melhora o comportamento e diminui

Leia mais »

Os homens e a sobrecarga materna. #shorts

O episódio do chilique dessa semana falou sobre a saúde mental materna e como os homens precisam estar atentos às companheiras. ========================= Para conhecer mais do meu trabalho, clica aqui http://paizinho.link/links ==CRÉDITOS== Direção: Hugo Benchimol Edição e Pós-Produção: @ducashow Revisão: Evelyn Martins #parentalidade #filhos #paisefilhos #criacaocomapego #maternidade

Leia mais »

Bebês agem dessa forma. | #shorts

A maioria das tretas na pracinha são por conta das disputas de brinquedos entre bebês, quando na verdade, os bebês não tem muito a noção do que é brincar junto ou que aquele brinquedo é do outro. Falei sobre todas essas tretas no vídeo abaixo: ========================= Para conhecer mais do meu trabalho, clica aqui http://paizinho.link/links

Leia mais »

Comentários

36 comentários em “3 Passos Para Manter a Calma Quando Seu Filho Perde a Calma”

  1. Olá Thiago!
    Lend este texto percebi que já fazia isso antes mesmo de conhecer seu blog. Mas fazia da minha maneira, e muitas vezes não conseguia manter a calma por muito tempo. Mas hoje percebi que já faz 2 meses desde a última vez que te escrevi. E que já nem me lembro mais da última vez que dei uma palmada no meu filho (que por mais fraquinha que fosse destruía meu coração). Viva!!!!! Estou orgulhosa de mim e do meu filho. Estamos conversando muito. Ele já percebe sozinho quando faz algo errado e logo em seguida já pede desculpas. A palavra feia quando ele vê que ela está para escapar ele mesmo já se corrige: “isso feio feio”. As vezes ainda preciso falar mais firme, com tom de voz mais alto que o normal.
    Essa questão de se fazer presente na hora em que a criança perde o controle é super verdade. Pelo menos comigo q com meu filho funciona sempre, desde que ele era bebesinho. E quando ele se acalma, ele me solta e diz: “acabou mamãe”. Mas esse momento em que ficamos abraçados vale pra nós dois nos acalmar. Não existe coisa melhor do que um abraço de uma criança pra nos fazer esquecer de tudo né.
    Seu blog me ajuda muito a refletir e agir com meu filho e minha família. Porque o respeito e o carinho funciona com qualquer pessoa, seja criança ou adulto.
    Obg!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *