Primeiramente, eu gostaria de deixar claro que não existe um checklist que pode responder essa pergunta para você. Existem muitas, infinitas formas de ser um bom pai ou boa mãe, e existem infinitas realidades, então não é possível listar critérios prontos que possam mensurar quão boa é a sua parentalidade.
Mas eu sei, também porque eu vivo isso, que nós pais temos muitas dúvidas e muito medo. Será que estamos fazendo as escolhas certas e suficientes para os nossos filhos? E eu gostaria de ajudar você nisso.
Winnicot, pediatra e psicanalista inglês, tem um conceito que cabe perfeitamente nessa conversa.
Para ele, a “mãe suficientemente boa” ( conceito que pode – deve – ser ampliado para pai ou cuidador), além de prover as necessidades do indivíduo como sujeito, também falha, e está sempre corrigindo essas falhas.
Ao falhar e buscar se corrigir, estabelece a “comunicação do amor, assentada pelo fato de haver ali um ser humano que se preocupa.”
Nossos filhos não precisam de pais perfeitos, mas de pais que estão disponíveis, inteiros e humanos. Que, ainda errando, estão tentando oferecer o seu melhor.
Em alguns momentos esse melhor vai ser ótimo, em outros vai ser apenas o suficiente e em outros vai ser menos que o suficiente. Mas só de nos preocuparmos com isso, de fazermos essa auto-análise sobre nossos cuidados, é um sinal de que estamos no campo do “suficientemente bom”.
De forma nenhuma estou falando para negligenciarmos as necessidades da criança ou aceitarmos nossos erros deliberadamente, mas de um alinhamento de expectativas, que precisa estar de acordo com cada realidade.
Quero lembrar você que é normal ter dúvidas e medos sobre as suas escolhas. Eu tenho também. Afinal, você se importa e se sente responsável e comprometido com essa intensa e desafiadora missão de educar filhos. Mas que fique claro: não existe certo ou errado.
A parentalidade é um caminho para se percorrer junto. Se conhecendo, se acolhendo e aprendendo enquanto caminham.
Vamos juntos nessa caminhada.
Com carinho,
Thiago Queiroz