Essa foto aí é do dia que o Dante nasceu. Uma das experiências mais transformadoras que eu já vivi na vida. Aliás, cada nascimento de cada filho meu foi uma experiência totalmente diferente, mas igualmente transformadora. E a cada parto da @annebrumana, eu me apaixonava ainda mais por ela.
Para além da beleza da foto que vocês veem, ela me lembra de algo importante. Ao contrário do que todo mundo espera, não foi nessa foto que eu me tornei pai. A paternidade não vem assim, num estalar de dedos. Foi um belo começo? Cheio de emoção e carinho? Claro!
Mas paternidade não é um passe de mágica.
A paternidade é construída um pouquinho todo dia. É entrega, disponibilidade e afeto. É um relacionamento em que, como qualquer outro relacionamento das nossas vidas, precisa de cuidado e carinho.
A diferença, na paternidade, é que, infelizmente, na sociedade em que vivemos, o pai, para ser pai mesmo, precisa querer muito. Isso porque é muito “fácil” não ser pai. Tem gente que sequer coloca seu nome na certidão de nascimento do bebê. Tem pai ausente que vive na mesma casa, como se tivesse fugido de casa há anos atrás.
Ser pai, de verdade, está além das fotos bonitas de Instagram, mas está nos momentos “feios” que ninguém quer ver, que não engaja, que não dá curtidas, nem seguidores.
A paternidade é construída também nas noites pouco dormidas, na sensação de exaustão, no desespero de ver o dia acabando e você não conseguindo “fazer nada” além de criar pessoinhas incríveis.
A paternidade é construída não apenas nos acertos, mas também nos erros e, principalmente, nas nossas tentativas humildes de reparar nossos erros e mostrar nossa humanidade falha.
E, enquanto vamos construindo essa paternidade, vamos nos reconstruindo como homens também, porque é impossível viver uma paternidade com mais afeto, presença e disponibilidade sem repensar o que é ser homem.
O problema, como sempre, é que essa porta só abre por dentro. Então fica aqui o meu convite a você, camarada que quer ser pai de verdade, vamos abrir essa porta e mergulhar de cabeça?