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Criação com Apego: Aquele Resumo Que Você Sempre Quis

"Tudo o que você sempre quis saber sobre a Criação com Apego em um texto só! Resolvi fazer um grande resumo com as informações essenciais sobre cada um dos princípios da Criação com Apego. Para os leitores novos, ou para quem ainda não conhece esse estilo de criação, esse post também será um ótimo..."

Se você já acompanha o meu blog, sabe que eu falo bastante sobre criação com apego. Muitos dirão que eu só falo sobre criação com apego. E isso é verdade. Mas mesmo escrevendo muito sobre isso, eu tenho ideia de como pode ser confuso tentar ler tudo ou entender tudo o que existe por trás da criação com apego. Por exemplo, existem os oito princípios, que funcionam mais como ferramentas que auxiliam na formação de vínculos entre pais e bebês, mas ler todos os textos sobre cada um destes princípios é trabalhoso e, para alguns, até entediante.

Eu entendo, é muita coisa mesmo. Mas isso é algo bom, porque se criação com apego fosse algo tão simples, logo, logo, o assunto ia acabar e eu teria que escrever sobre outra coisa aqui no blog. Talvez gatos. Ou vídeo-game. Mas não! Criação com apego é bem mais complexo, e sempre há algo para refletir sobre, e por isso que eu resolvi fazer um grande resumo com as informações essenciais sobre cada um dos princípios da criação com apego. Para os leitores novos, ou para quem ainda não conhece esse estilo de criação, esse post também será um ótimo ponto de partida.

E, antes de começarmos, só mais um aviso: como este texto é um grande resumo de tudo o que é proposto em termos de criação com apego, muitos detalhes ficaram de fora. Então, se você quiser se aprofundar, eu recomendo ler a tradução dos Oito Princípios da Criação com Apego.

Criação com Apego: uma introdução muito breve

Criação com apego é um termo dado a um conjunto de ferramentas que ajudam os pais a criar vínculos com seus filhos, através do atendimento consistente e amoroso das necessidades do bebê. Esse é o carro chefe, mas no caminho, você acaba ensinando ao seu filho valiosas lições para toda a vida, como empatia e compaixão.

É bom chamar os princípios de ferramentas, porque aí desassocia a falsa impressão de que é preciso seguir todos os princípios para criar com apego. Imagine a criação com apego como uma grande caixa de ferramentas: você avalia cada uma delas e escolhe as que melhor se adequam à sua necessidade.

E pense também que o objetivo principal aqui é auxiliar a criação de um vínculo de apego seguro entre pais e filhos. Para isso, todos têm que estar receptivos emocionalmente para se dar com o coração. Enquanto que para os pais, isso pode requerer uma certa disponibilidade emocional, para os bebês é uma questão de sobrevivência: eles têm uma necessidade real de vínculo, para se orientarem e crescerem.

1. Preparando para a Gestação, Nascimento e Criação

Este é o começo de tudo, literalmente. E, por isso, é uma parte tão importante na criação com apego. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, este princípio não trata apenas de buscar um parto natural, pois ele abrange muitas coisas que vão além disso. Eu sempre gosto de encarar este princípio como o primeiro passo na criação de um vínculo forte com os nossos filhos, então é importante refletir sobre esses pontos.

  • Reflita e tente resolver questões sobre a sua própria infância, procurando ajuda profissional se for preciso
  • Estude e explore as diferentes filosofias de criação
  • Avalie as diferentes opções de parto e cobertura de planos de saúde, para que você possa se planejar
  • Estude sobre o parto natural, sabendo que além das vantagens indiscutíveis para a saúde da mãe e do bebê, o parto é extremamente benéfico para a construção do apego
  • Estude sobre a amamentação
  • Tente permanecer fisicamente ativa durante o parto
  • Pesquise sobre as “rotinas” para cuidados com o recém-nascido como banho, circuncisão, colírios, exames de sangue, coleta de sangue do cordão umbilical, etc. Registre as suas preferências e informe aos profissionais de saúde que assistirão você
  • Considere uma doula para o parto e/ou pós-parto
  • Defina expectativas realistas para ambos pais e bebê
  • Sempre converse com o seu parceiro(a) e discuta as possibilidades
  • Seja flexível!

2. Alimentando com Amor e Respeito

A construção de vínculos fortes através da alimentação é algo que podemos carregar para a vida toda, por isso que este princípio é tão importante. Não se trata apenas de amamentar os filhos, mas também da alimentação consciente dos filhos e do uso dos momentos da refeição como momentos de união com a família.

  • A amamentação é uma das maneiras mais primitivas que uma mãe pode iniciar um vínculo de apego seguro com seu bebê
  • A amamentação satisfaz as necessidades nutricionais e emocionais do bebê melhor do que qualquer outro método de alimentação infantil
  • Alimente o bebê assim que ele der sinais, ou seja, em livre demanda
  • Amamentar continua a ser normal e importante tanto nutricional, imunologica e emocionalmente após um ano
  • Amamentar é uma ferramenta valiosa para a mãe dar conforto e segurança ao bebê, de maneira natural, inclusive para atender às necessidades de sucção do bebê

 

  • Antes de optar por usar mamadeira e chupeta, informe-se sobre os problemas potenciais que existem no desenvolvimento do bebê com o uso de bicos artificiais
  • Enquanto o bebê estiver sendo amamentado, bicos artificiais também podem provocar confusão de bicos e prejudicar a amamentação
  • Avalie alternativas ao uso de mamadeira e chupeta, como copinho, sonda, entre outros
  • Mesmo quando a mãe não pode amamentar, é importante para o vínculo reservar a alimentação apenas pela mãe
  • Associe o uso da mamadeira e da chupeta com o colo e atenção exclusiva ao bebê, para que não se tornem objetos de transição

 

  • Comece a introdução aos sólidos quando o bebê der sinais de que está pronto, e não com base na idade
  • Siga os sinais que o bebê dá sobre o que e quanto comer, deixe-o desenvolver seu paladar naturalmente
  • O alimento gradualmente toma o lugar do leite em termos de necessidade calórica, mas amamentar continua a atender muitas outras necessidades, como conforto e desenvolvimento
  • Se a você precisar desmamar antes que o filho dê sinais de que está pronto, faça isso gentilmente

3. Respondendo com Sensibilidade

Este é o coração de toda a criação com apego, pois tudo se resume a estar sensível ao bebê. A sensibilidade na resposta às necessidades do bebê são a base de um vínculo de apego seguro, pois é onde os valores de empatia e compaixão são aplicados no dia a dia. Muitas vezes, você receberá conselhos não solicitados e prejudiciais, alegando que o que praticamos irá mimar o bebê, mas é importante termos sempre em mente que estes conselhos não têm fundamento científico algum.

  • O cérebro dos bebês é muito imaturo e subdesenvolvido no nascimento, por isso eles não são capazes de se acalmar ou dormir sozinhos
  • Entenda os ritmos internos e rotinas naturais do seu bebê, e tente se ajeitar ao redor deles
  • É perfeitamente normal que bebês queiram contato físico constantemente, bebês sentem-se seguros no colo
  • Quando o bebê é deixado chorando durante muito tempo e frequentemente, seu cérebro atinge altos níveis de stress com liberação de hormônios a níveis alarmantes. Isto pode colocá-lo em risco de passar por problemas físicos e emocionais a longo prazo
  • O choro do bebê é a forma mais primitiva e verdadeira de comunicação, então não deveríamos ignorá-la

 

  • As explosões de raiva, também conhecidas por tantrums ou “birras”, representam emoções reais e devem ser levadas em conta seriamente, mesmo que os motivos pareçam “bobos” para nós
  • Algumas emoções são muito poderosas para o cérebro imaturo de uma criança lidar de uma maneira socialmente aceitável
  • Durante uma explosão de raiva, os pais ajudam mais se derem conforto ao filho, ao invés de ficar com raiva ou punir

 

  • Mesmo com o filho mais velho, é importante que a conexão seja mantida através do respeito aos sentimentos da criança, e tentando entender as necessidades por trás de seus comportamentos
  • Demonstre interesse nas atividades do seu filho e participe das brincadeiras criadas por ele

4. Usando o Contato Afetivo

Este é o princípio mais perceptível visualmente da criação com apego. Sempre que encontramos alguém carregando seu bebê em um sling ou num wrap, damos aquele sorriso, como se estivéssemos encontrando um semelhante no meio da multidão. Mesmo que apenas carregar o bebê num sling não garanta que a mãe (ou pai) esteja criando com apego, já é algo positivo para o bebê ficar tão próximo ao corpo do seu cuidador. Porém, este princípio não se resume a usar slings, há muito mais que pode ser feito para garantir um contato afetivo.

  • O contato afetivo estimula os hormônios de crescimento do bebê, melhora o desenvolvimento intelectual e motor, e ainda ajuda a regular a temperatura do corpo, batimentos cardíacos e padrões de sono
  • Os bebês que recebem contato afetivo têm mais chances de ganhar peso mais rápido, mamar melhor, chorar menos e serem mais calmos

 

  • Os momentos da amamentação e do banho oferecem ótimas oportunidades para o contato pele a pele
  • Massagens podem acalmar bebês com cólica, ajudar uma criança a relaxar antes de dormir e dá oportunidade para interações proveitosas
  • Carregar um bebê, ou usar o babywearing atende as necessidades do bebê de contato físico, conforto, segurança, estímulo e movimento
  • Evite o uso de dispositivos destinados a segurar o bebê sozinho, como balanço, pula-pula, carregadores plásticos e carrinhos

 

  • Mesmo com o filho mais velho, invista em abraços, aconchegos, carinhos nas costas e massagens. Todos estes atendem às necessidades de toque
  • Use brincadeiras e jogos para encorajar a proximidade física
  • Todos os seres humanos (incluindo adultos) desenvolvem-se com o toque e as conexões que ele promove

5. Garantindo um Sono Seguro, Física e Emocionalmente

Há um grande mito de que os bebês devem dormir a noite inteira, e isso acaba gerando frustração e ansiedade imensas nos pais, principalmente quando a primeira pergunta que todo mundo faz é: “o seu bebê já dorme a noite toda?”. Por isso que este princípio é tão importante, para que todos os pais tenham a certeza de que bebês não dormem a noite inteira, por uma questão de sobrevivência.

Bebês precisam da garantia de pais amáveis para sentir-se seguros durante a noite. Muitos bebês podem passar por fases onde dormem por longos períodos de tempo, mas isto não é regra e, mesmo assim, eles podem acordar ocasionalmente devido a pesadelos, dentição, doença ou saltos de crescimento. Os bebês são bastante sensíveis ao stress de seus pais, o que também pode afetar seus padrões de sono.

Portanto, técnicas como o “Nana Nenê”, que consistem em negligenciar as necessidades do bebê deixando-o chorar indeterminadamente, são tão prejudiciais para o desenvolvimento do bebê e para a criação do apego seguro. A única coisa que essas técnicas fazem é ensinar ao bebê que ele não pode mais contar com os cuidados de seus pais depois que o sol se põe, quando que nós deveríamos estar ensinando a eles que o sono é um estado agradável e que não deve ser temido.
  • Cosleeping é o termo dado aos pais que dormem próximos aos seus filhos. Isso inclui tanto dormir na mesma superfície (cama compartilhada), como dormir em superfícies diferentes (berço acoplado, moisés, etc.)
  • A cada dia, novas pesquisas demonstram que a cama compartilhada, quando praticada por pais informados, pode ser segura e benéfica
  • A Síndrome de Morte Súbita Infantil, segundo novos estudos, é reduzida por pais que praticam cosleeping seguro
  • Independente dos arranjos de sono, as rotinas noturnas ajudam todos a relaxar depois de um dia cansativo e criar hábitos de sono mais saudáveis
  • Tenha em mente que as rotinas de sono mudam ao longo do crescimento e amadurecimento do seu filho
  • Ajude o seu filho a aprender a confiar no seu próprio corpo quando ele estiver cansado, reconhecendo sinais de cansaço, e não forçando ele a dormir quando não estiver cansado, ou tentando mantê-lo acordado quando ele estiver cansado, só para cumprir uma rotina
  • Quando a hora chegar do seu filho fazer a transição para sua própria cama, faça com que a transição seja gentil e que os pais respondam aos sentimentos de medo ou tristeza que a criança possa sentir
  • Crianças mais velhas podem ainda apreciar um breve aconchego com seus pais antes de irem para a cama
  • Nem a criação com apego, nem a cama compartilhada precisam atrapalhar a intimidade do casal. Com um pouco de criatividade, incluindo momento e local certo, o casal pode garantir que a intimidade seja mantida

6. Provendo Cuidado Consistente e Amoroso

Este princípio costuma ser muito mal interpretado, pois trata da importância que a presença consistente de um cuidador amoroso tem para o desenvolvimento do bebê e para o vínculo de apego seguro. Muitas mães que precisam retornar ao trabalho sentem-se desamparadas por este princípio e sentem que não podem criar com apego se não largarem tudo e ficarem em casa, cuidando de seus bebês. Isto não é verdade.

Não há dúvidas de que bebês têm uma necessidade intensa da presença física de um cuidador amável, consistente e receptivo. Além disso, sabemos que a situação ideal é que esse cuidador seja dos pais, mas isso não é a realidade de muitas famílias. Porém, é importante saber que o cuidado diário e interações amorosas constroem fortes laços. Se o bebê recebe cuidado com amor desde o início da vida, os pais fortaleçem o relacionamento com seus filhos, construindo um vínculo de apego saudável. Mas, se nenhum dos pais pode ser um cuidador em tempo integral, então o bebê precisará de alguém que não seja apenas amoroso e consistente, mas alguém que tenha formado uma ligação com ele.

  • Tente criar maneiras para desenvolver novas rotinas que incluam o bebê, ao invés de tentar fazer com que ele se adeque a uma rotina que existia antes de sua chegada
  • Pense em levar o bebê dormindo para um encontro à noite, praticar exercícios como caminhadas com o bebê no sling, levar um cuidador de confiança junto para noites longas ou eventos especiais

 

  • Quando separações curtas são necessárias, use um cuidador de confiança que o bebê tenha vínculo e que concorde com a proposta da criação com apego
  • Respeite os sentimentos do seu filho e sobre estar pronto para a separação
  • Entenda que mesmo filhos mais velhos podem ter dificuldades com a separação, às vezes
  • É muito importante que os pais que se separam dos seus filhos usem um tempo dedicado para reconectar com seus filhos após a separação
  • Bebês ficam prontos para a separação em idades diferentes, mas pesquisas mostram que separações por períodos superiores a duas noites seguidas podem ser muito difíceis para crianças com menos de três anos de idade
  • A permanência em creches por períodos superiores a vinte horas por semana podem ser muito estressantes e prejudiciais à saúde do bebê, enquanto ela tiver menos do que trinta semanas de vida. É preferível que a criança esteja em casa, sob os cuidados de um dos pais ou cuidador de confiança

 

  • Os pais devem desejar e encorajar que seus filhos criem vínculos com seus cuidadores
  • Mudanças frequentes de cuidadores podem ser bastante danosas para o processo de criação de vínculos
  • Faça a transição para um cuidador com uma certa antecedência, antes de qualquer separação efetiva, para que o processo seja gradual e confortável para seu filho

7. Praticando a Disciplina Positiva

A disciplina positiva, para muitas mães e pais, é uma das partes mais desafiadoras da criação com apego, mas é um dos princípios mais libertadores e recompensadores, na minha opinião. Para começar, a disciplina positiva nos coloca numa posição (muito) desconfortável em relação à nossa própria infância, pois nos coloca a refletir e questionar a maneira como a maioria de nós fomos criados. Muitos de nós viveram a era da disciplina autoritária, punitiva e agressiva, mas agora somos convidados a pensar que existem maneiras mais amorosas e empáticas de se criar um filho.

A regra de ouro aqui é: tratar nossos filhos assim como nós gostaríamos de ser tratados. E a disciplina positiva, por si só, é um universo à parte com tantos livros, estudos e informações que seria impossível fazer um resumo perfeito.

  • Pôr medo nos filhos não tem nenhum propósito e cria sentimentos de vergonha e humilhação. O medo é um fator que eleva o risco de comportamento anti-social no futuro, incluindo a prática de crimes e abuso de substâncias
  • Estudos mostram que bater ou aplicar outras técnicas de disciplina física podem criar problemas emocionais e comportamentais
  • A disciplina dura e física ensina aos filhos que a violência é a única maneira de resolver problemas
  • Disciplinas controladoras, ou manipuladoras, comprometem a confiança entre pais e filhos, prejudicando os vínculos

 

  • A disciplina positiva envolve o uso de técnicas como prevenção, distração, e substituição para guiar gentilmente os filhos para longe do perigo
  • Ajude seu filho a explorar com segurança, vendo o mundo através de seus olhos, e demonstrando empatia enquanto ele experimenta as consequências naturais de seus atos
  • Tente entender a necessidade por trás de um determinado comportamento do seu filho. Eles frequentemente demonstram seus sentimentos através do comportamento
  • Os filhos aprendem através de exemplos, então é importante esforçar-se para oferecer um modelo com ações e relacionamentos positivos
  • Quando os pais reagem de uma maneira que sentimentos de tensão, raiva ou mágoa são criadas, eles podem reparar todos os danos na relação, desde que dediquem tempo para reconectar e pedir desculpas

 

  • Use a empatia e o respeito
  • Entenda a necessidade não atendida
  • Trabalhe em conjunto para obter soluções
  • Crie um ambiente que propicie o “sim”
  • Evite dar nomes e apelidos
  • Faça pedidos usando afirmativas
  • Converse com o seu filho, antes de intervir
  • Não obrigue seu filho a pedir desculpas
  • Ofereça escolhas
  • Seja sensível a fortes emoções

8. Mantendo o Equilíbrio entre a Vida Pessoal e Familiar

Este é o princípio que é “esquecido” com mais frequência. Muitas vezes, estamos tão imersos na criação de nossos filhos, tão imersos em nossos problemas e dificuldades que nos esquecemos do equilíbrio. Nós esquecemos que nós mesmos temos as nossas necessidades. No mundo ideal, toda a família tem suas necessidades reconhecidas, valorizadas e atendidas, mas isso não é o que acontece no mundo real. Por isso que é tão importante ter sempre ali, no topo da cabeça, esse pequeno lembrete de que as necessidades de todos são importantes e devem ser atendidas sempre que possível.

  • Quando em equilíbrio, os membros da família são mais capazes de ser emocionalmente compreensíveis
  • A melhor defesa contra sentir-se isolado é olhar para fora e criar uma rede de suporte na sua comunidade
  • As necessidades dos filhos devem ser uma prioridade, e quanto mais jovem o bebê, mais intensas e urgentes são suas necessidades. Mesmo assim, ele é uma parte daquilo que envolve a família como um todo, incluindo as necessidades dos pais (como indivíduos e como casal) e dos irmãos

 

  • Aproveite o hoje, e aceite o fato de que ter filhos muda as coisas
  • Trace metas realísticas
  • Priorize pessoas ao invés de coisas
  • Não tenha medo de dizer “não”
  • Seja criativo para encontrar maneiras de ter um tempo a dois
  • Reserve um tempo para si mesmo
  • Busque ajuda de terceiros para tarefas
  • Tire sonecas
  • Evite sobrecarregar sua agenda
  • Saia de casa
  • Cultive amizades com outros pais que pratiquem criação com apego
  • Lembre-se dos mantras “vai passar” e “é uma fase”
Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

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Comentários

76 comentários em “Criação com Apego: Aquele Resumo Que Você Sempre Quis”

  1. Simplesmente amei. É muito bom ler algo que nos fortalece nas escolhas que fazemos para a criação dos nossos filhos. Já compartilhei e espero que muitas outras pessoas possam se informar e fortalecer os vínculos com seus filhos. Parabéns pelo blog!

  2. Boa tarde Thiago, adorei o blog, sou uma verdadeira fã da criação com apego, e me esforço ao máximo para usar tudo o que eu sei sobre com os meus filhos, mas meu problema é meu marido, ele não entende a educação positiva, acredita piamente na palmada e que ‘criança pirracenta’ merece apanhar, toda vez que acontece alguma situação de descontrole e choro das crianças, lá vem ele dizendo que se o Guilherme não parar de chorar ele vai dar uma chinelada, e lá vou eu defender minha cria, e o que era pra ser uma situação de controle e compreensão, algumas vezes se transformou numa discussão, com ofensas do tipo “quando ele bater na sua cara você vai me dar razão”. Não tenho problemas em usar (sozinha) da criação com apego com meus filhos, o que faço diariamente, meu problema é fazer um adulto (que sofreu violência, abusos e abandono na infância) entender, não precisa me apoiar em tudo, apenas concordar que violência é o caminho errado. Preciso de ajuda, estou completamente desgastada e sozinha dentro da minha própria casa, na luta para criar filhos mais amorosos e seguros.

    1. Boa tarde, Karina!

      Obrigado pelo seu comentário e por dividir sua angústia. Realmente, é muito difícil quando os dois não estão alinhados em termos de filosofia de criação de um filho, afinal, o filho é dos dois. Mas você não está sozinha, pois muitas mães relatam a mesma dificuldade e o caminho que eu sempre vejo é o da conversa.

      Tente conversar com ele calmamente, tente entender por que ele pensa dessa forma, quais são os receios deles, as necessidades dele e, principalmente, como ele realmente se sente em relação a isso tudo. Não sei se onde você mora existem mais famílias que pratiquem a criação com apego, mas se você pudesse levá-lo ao convívio de outras famílias “apegadas”, isso poderia dar mais segurança a ele para tentar uma aproximação diferente.

      Tem um texto que meu querido amigo Alexandre escreveu para mim, sobre o pai que não quer saber de criação com apego. Pode ser que ajude você também!
      https://paizinhovirgula.com/post-convidado-e-quando-os-homens-nao-querem-saber-da-criacao-com-apego/

      Um abraço para vocês!

  3. Boa Tarde Thiago, estou conhecendo realmente a criação pelo apego, por suas palavras… e que belas palavras, quanta habilidade pra expressar tamanha e esplêndida sensibilidade.. quem nos dera ter uma maioria de pais assim… Tive um parto cesárea a contra gosto, uma amamentação conturbada, porém, por minha insistência, e grande ajuda do marido e familia, consegui amamentar, mesmo que nao exclusivamente, em LD, até 6 meses… Minha filha seeeeeeeeempre foi do colo, o dia todo, todos os dias, em qualquer hora… nunca desisti de mostrar a ela que o carinho era o principal, e que portanto, nunca a deixaria chorando até parar.. como dizem por ae… q estaria sempre por perto para escutá-la e acolhê-la.. e me senti bem por isso sempre, e sinto até hoje.. desde que começou a IA, nunca quis comer quando era eu quem oferecia a comida, só as outras pessoas conseguem, até hoje, com que ela coma sem escândalos homéricos (hoje aos 1 ano e quase 9 meses)… tenho muita dificuldade de lidar com esses momentos da alimentação dela, e sinceramente, já não sei mais o que fazer, já que hoje só eu quem tenho disponibilidade, por estar em casa, de oferecer a comida.. aos 6 meses e meio tive que colocar no berçario em periodo integral, visto que tive que retomar meu curso universitário, e lá ela se adaptou facilmente, e alimentava-se muuuuuito bem (sempre recebia elogios), e agora está em periodo parcial na escola, visto que trabalho meio periodo, pra ficar com ela.. Penso que ela esteja passando por um periodo de PICO de desenvolvimento, pois tem tido muitas crises de choro que não consigo encontrar os reais motivos.. AH! a meu total contragosto (por ser Fisioterapeuta e agora Dentista), minha filha usa chupeta desde 1 mes de vida, quando, pelo processo complicado da amamentação, ofereci uma noite pra eu tentar descansar, e nunca mais ela largou.. e agora, nessa fase do desenvolvimento, que parece mais dependente e com muitos medos, se apegou mais ainda a esse objeto…. se puder me ajudar a encontrar um caminho pra essas duas questões..rs… A alimentação e a chupeta.. não tenho conseguido lidar com essas situações de forma tranquila e sem me emocionar!!!! Obrigada, e mais uma vez PARABÉNS pelo paizão que és!

    1. Gabriela,

      Obrigado pelos elogios e por compartilhar um pouco da sua história!

      Bom, sobre a alimentação, isso é algo que sofre muita influência de tantos fatores que é muito difícil determinar o que pode ser. Mas o primeiro caminho a se investigar é a relação entre você e ela, principalmente na hora da alimentação. Você fica muito tensa ou ansiosa na hora do almoço? A hora do almoço é uma hora agradável para todo mundo? Ela come com outras pessoas? Tudo isso pode ajudar você a entender melhor o que pode estar acontecendo. O pediatra Carlos Gonzalez escreveu um livro ótimo sobre isso: Mi Niño No Me Come, ou My Child Won’t Eat. Não tem tradução para o português, mas se você consegue ler em espanhol ou inglês, é uma excelente fonte de informação.

      Quanto à chupeta, essa é uma questão ainda mais delicada. A primeira pergunta que você se deve fazer é: por que ela precisa largar a chupeta agora? É porque você quer? É por outro motivo? Todos nós sabemos dos danos que o uso de bicos artificiais podem causar na formação da arcada dentária, e ainda outros malefícios, mas a questão principal é que, uma vez que a criança passa a usar a chupeta, é necessário muito cuidado quando for decidido que ela deve largar a chupeta. Esse processo tem que ser muito gentil e deve respeitar o tempo da criança, porque por mais que você ache que a sua filha deva largar a chupeta, pode ser que ela ainda não esteja preparada para isso, entende?

      Se ela aparenta estar em um momento de maior dependência e muitos medos, o melhor é você ajudá-la a trabalhar essas emoções, ao invés de adicionar outra perturbação, como será quando você começar a tirar a chupeta dela. Tente ajudá-la a sentir-se mais segura com a vida, tente oferecer opções de afeto e acolhimento quando ela estiver com medo. Tente, sobretudo, ouvir o que a sua filha quer dizer através de seus atos.

      Espero ter ajudado um pouquinho 🙂

  4. Ola! Achei ótimo o conceito de criação com apego e confesso que já fazia algumas coisas parecidas porém sem rotular.
    Só acho que não devemos ficar presos a regras, devemos avaliar cada situação instintivamente e agir levando em consideração o bem estar do bebê em conjunto com as necessidades da família.
    Por exemplo, no resumo diz para evitar utilizar carrinho… uso muito o carrinho por dois motivos: 1. o bebê fica o dia todo perto de mim, pois consigo realizar atividades como cozinhar, me exercitar, cuidar da casa, com ele sempre ao meu lado, e ele sempre está feliz. Converso, brinco, canto, e ele adora me ver fazendo coisas. 2. é um excelente meio de transportar o bebê, sem carrinho eu não conseguiria ir até a esquina comprar um pão, pois as minhas costas não aguentam.
    Também discordo com relação a cama compartilhada, acho que ela é mais uma tranqüilidade para os pais do que para os bebês. Meu bebê se 3 meses dorme sozinho no berço a noite toda desde o primeiro dia em casa, hoje ele já associou o bercinho ao sono e faz isso sozinho quando é posto lá. Acho que se vc acostuma e ensina a criança a dormir na cama dos pais, é isso que ele vai achar que é bom, e será muito pior acabar com esse hábito depois de grandinho. Aqui em casa, de dia, meu bebê pode dormir onde quiser, na minha cama, no colo, no carrinho… Mas de noite, o berço é sagrado e ele já aprendeu isso sem sofrer.
    Outra coisa, acho q os bebês são muito inteligentes e se comunicam conosco de várias formas, não só chorando… Acredito que depois de um tempo eles até entendem o que falamos com eles, só não sabem responder verbalmente. Estão aprendendo o tempo todo, não da pra substimar as suas capacidades.
    E essa história de amamentação em livre demanda… Acredito que ela deve ser aplicada, mas antes devemos observar se realmente a criança quer mamar…. Pq para uma criança pequena, qquer coisa desconfortavel que ela sinta, tem o instinto de mamar… Digo isso pq com um mês de idade meu bebê teve cólicas e pedia para mamar, eu dava de hora em hora e isso fazia a cólica piorar… Então, passei a estipular horários flexíveis, de 2 a 4 horas de intervalo… Hj ele mama de 3 em 3 horas de dia, e é ótimo pq assim posso planejar meu dia e não vivo em função das mamadas dele.
    Por fim, não somos nós que temos que nos adaptar ao bebê (lógico que fazemos concessões e sacrifícios), mas temos que ensinar nossos bebês a se adaptarem à família.
    Como disse no início, não nos prender a regras é melhor, e o que contei acima funciona pra mim, mas pode não funcionar para outras pessoas.

    1. Olá, Thais!

      Obrigado pelo seu comentário, que bom que foi através do meu blog que você acabou conhecendo a Criação com Apego como um conceito. De fato, como eu menciono bastante por aqui, a CA é um estilo de criação bastante instintivo, e nós incentivamos muito que cada mãe e pai ouçam seus instintos. Tanto que muitos pais acabam chegando à CA e descobrindo que já faziam a maioria das coisas, sem saber que havia um nome para isso. Sempre fico muito feliz quando isso acontece!

      E é importante deixar claro que a CA não é um manual de regras, eu tenho um cuidado especial de sempre deixar isso claro em vários posts, inclusive neste onde trato sobre os mitos da CA:

      Como você pontuou alguns pontos que você não concorda, vou pontuar aqui também para ver se consigo ajudar a esclarecer:

      Recomenda-se evitar o uso do carrinho para tudo, porque nós queremos incentivar o contato pele a pele entre cuidador e bebê. Este contato é extremamente positivo para não só o vínculo cuidador/bebê, mas também para diversas outras funções biológicas dele, como regulação de temperatura, humor e respiração. Não é como se o carrinho fosse proibido, pois você mesma leu que deve-se evitar. Mas então, como você poderia fazer outras coisas na vida, como caminhar, passear, cozinhar, ir no Correio? Através do babywering, você promove contato com o seu bebê enquanto mantém suas mãos livres. Para mais informações, leia aqui: .
      Sobre cama compartilhada, na realidade, existe uma grande quantidade de estudos que hoje apresentam os benefícios do cosleeping, que engloba não só a prática compartilhada, mas também, de quarto compartilhado, que é quando os pais dormem no mesmo cômodo que o bebê, só que em superfícies diferentes. Eu traduzi o release de alguns destes estudos aqui, no meu blog, mas gostaria de indicar para você a leitura de um em especial: . De maneira bem resumida, a cama compartilhada é tão importante para o bebê quanto para os pais, porque o contato durante o sono também ajuda o bebê a regular várias funções de seu corpo, mas isso não significa que cama compartilhada é algo que todos devem praticar. Na realidade, algo que todos nós sabemos é que cama compartilhada não é para todos, porque não é algo que vá se encaixar em todas as realidades de família e por isso que o quarto compartilhado é fortemente recomendado. Mesmo assim, vale o bom senso: se o bebê, a mãe e o pai estão felizes com o bebê dormindo sozinho em outro lugar, se ninguém sofre, se as necessidades do bebê continuam sendo atendidas durante a noite, então por que esta família deveria alterar seu arranjo de sono?
      Falar sobre a forma de comunicação de bebês sem saber o contexto pode ser um equívoco. Por exemplo, um bebê maior e que já até começa a verbalizar certas coisas, obviamente não tem mais no choro a sua principal forma de comunicação. Por outro lado, um recém-nascido ou um bebê muito jovem tem, sim, o choro como principal forma de comunicação. Com o tempo, o vínculo entre cuidador e bebê ficam tão fortes que ocorre praticamente uma sinergia entre eles e o cuidador já consegue até antecipar o que o bebê precisa, antes do choro acontecer. Pode-se perceber então os diferentes tipos de resmungos, expressões faciais e movimentos corporais para ter pistas sobre o que o bebê está precisando. Mas ainda assim, a forma mais básica de comunicação dos bebês é o choro, e o principal ponto deste Princípio da Criação com Apego é de conscientizar os cuidadores que os choros não devem ser ignorados, mas sim vistos como uma forma de comunicação.
      Sobre amamentação em livre demanda, como você mesma disse, bebês são muito inteligentes, portanto não precisamos dizer a eles quando eles estão com fome ou quando estão saciados. Fora isso, é essencial ter consciência de que a amamentação não apenas alimenta o bebê, mas também oferece conforto e segurança, além de atender a necessidade de sucção dele. Por isso que amamentação em livre demanda também é importante, porque algumas das mamadas podem até não ter muito valor nutritivo, mas terão outras funções tão importantes quanto. Hoje, existe uma massa enorme de estudos e pesquisas que demonstram os benefícios da amamentação em livre demanda não só para o bebê, como para a mãe. Eu traduzi vários destes estudos aqui no blog, então se você tiver interesse, é só buscar no site que você encontrará muita coisa para ler. No seu caso, especificamente, se o seu bebê tinha cólica e pedia para mamar, mas isso piorava a cólica, a raiz deste problema não está na amamentação em livre demanda. Cólicas, além de fisiológicas, podem ser provocadas por uma série de fatores, sejam elas alergias ou até alimentos que a lactante tenha digerido. Talvez no seu caso, fosse mais interessante investigar estas outras possibilidades, ao invés de limitar as mamadas seguindo um horário.

      Ufa, acho que isso é tudo! Espero ter ajudado 🙂

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