fbpx

É possível educar sem punir?

"Vamos refletir sobre a forma de educar nossas crianças? "

Por Daniel Becker e Thiago Queiroz

A criação tradicional é baseada em um modelo punitivista. Um modelo que acredita que a única forma de ensinar uma criança sobre certo ou errado, é através da punição. Seja ela física ou emocional.

E qual a implicação disso?

 

A criança não aprende que aquilo é errado e que não deve ser feito. Ela aprende que se ela fizer aquilo, será punida, sem refletir sobre o assunto. Na verdade, a punição é sobretudo uma forma de fazer a criança sofrer, em vez de aprender..

Além de não provocar uma conscientização a respeito dos próprios atos, ela entende que pode fazer, desde que não seja descoberta.

As pessoas acham que o castigo é uma forma de educar menos violenta que a palmada. Sim, é menos violenta mas tão pouco eficiente quanto.

Imaginem uma criança que foi educada através de castigo, onde o único impedimento era o medo de ser punida. Se um dia ela tiver a possibilidade e liberdade para fazer sem a ameaça da punição, que repertório ela tem para diferenciar o que é certo ou errado, se ela nunca foi estimulada a refletir, apenas a obedecer?

Ok, já sei que o castigo não é o melhor caminho.

Como eu vou educar então?

 

Primeiro é importante dissociar o erro da punição.

Existem outras formas de lidar com o erro de uma criança que não seja fazendo ela se sentir mal por isso.

Por exemplo, se um amigo te conta sobre ter cometido um erro, você reprova a atitude e ainda assim ajuda ele a buscar uma solução para consertar o erro. Ou você vai humilhá-lo para que ele se sinta mal e aprenda a não fazer mais aquilo?

Por que os adultos que têm muito mais vivência e maturidade, merecem mais empatia e compaixão quando erram do que as crianças que estão aprendendo a se relacionar?

Precisamos olhar para o erro como uma oportunidade de aprendizagem. Uma oportunidade para ensinar as regras sociais, como tratar as pessoas com gentileza e respeito e ensinar ferramentas para lidar com as próprias emoções.

É uma oportunidade de ajudar a criança a refletir sobre como ela agiu, sobre as consequências disso e pensar em soluções para essa situação.

Uma ponderação que não é possível quando ela é simplesmente punida pelo que fez.

Então a criança nunca vai lidar com as consequências dos atos dela?

 

Sim, vai lidar com as consequências lógicas.

  • Pintou a parede -> A parede vai ficar suja -> Vai precisar limpar.
  • Jogou o brinquedo-> O brinquedo quebrou -> Vai brincar com o brinquedo quebrado.
  • Não quer colocar o sapato -> Não pode sair sem sapato -> Só vamos sair quando estiver com os sapatos.

Com muito cuidado para não confundir consequência lógica com punição. Não ver televisão porque pintou no chão, não tem nada a ver, correto? Então não é consequência, é punição.

A disciplina positiva apresenta ferramentas que podem ajudar muito no dia a dia com as crianças e estamos sempre falando disso por aqui.

Precisamos que as novas gerações tenham senso crítico, capacidade analítica e inteligência emocional, e só conseguimos isso através de uma criação que veja a criança como um indivíduo que é digno de respeito.

A discussão sobre uma nova forma de educar é urgente e necessária.

Vamos aprendendo juntos.

Com carinho,

Daniel Becker e Thiago Queiroz

 

 

Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

Newsletter

Não perca o melhor do Paizinho no seu email. De graça

Veja esses conteúdos também!

Pai ativo, será? #shorts

Uma problematização sobre o dia dos pais e sobre os inúmeros termos sobre paternidade ativa, paternidade conciente, presente. Será que precisamos de tantos termos quando o pai está apenas exercendo a sua função? Vamos pensar sobre isso. ========================= Para conhecer mais do meu trabalho, clica aqui http://paizinho.link/links ==CRÉDITOS== Direção: Hugo Benchimol Edição e Pós-Produção: @ducashow

Leia mais »

Fazer exercício “Na força do ódio”? | #shorts

Quem me acompanha por aqui e no instagram, sabe que eu tenho adotado hábitos mais saudáveis e feito exercício físico todos os dia. Por isso eu convido vocês a refletirem sobre como a gente encara o exercício como um sofrimento, algo que a gente odeia. Assista a conversa completa em: ========================= Para conhecer mais do

Leia mais »

Faça isso quando seu filho pedir algo. #shorts

Quando nossos filhos nos pedem algo, eles estão expressando a sua vontade, o seu desejo. E isso é legítimo. Nós também desejamos coisas. Isso não quer dizer que vamos atender essa vontade, mas validar esse desejo já ajuda muito. Embarque nos pedidos deles, imagine juntos e você vai ver como melhora o comportamento e diminui

Leia mais »

Os homens e a sobrecarga materna. #shorts

O episódio do chilique dessa semana falou sobre a saúde mental materna e como os homens precisam estar atentos às companheiras. ========================= Para conhecer mais do meu trabalho, clica aqui http://paizinho.link/links ==CRÉDITOS== Direção: Hugo Benchimol Edição e Pós-Produção: @ducashow Revisão: Evelyn Martins #parentalidade #filhos #paisefilhos #criacaocomapego #maternidade

Leia mais »

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *