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Feliz Dia dos Pais… Péra!

"E então, esse foi meu primeiro dia dos pais. Quero dizer, meu primeiro dia de pai foi lá em 11/12/2012, quando o Dante nasceu. Mas esse último domingo foi meu primeiro dia dos pais comercial. Preciso admitir, isso me incomodou um pouco, o dia dos pais. "

Nesta semana, para Os Mamíferos, no Vila Mamífera, escrevi sobre como foi meu primeiro dia dos pais. Você pode ler o texto aqui também.

Feliz Dia dos Pais… Péra!

E então, esse foi meu primeiro dia dos pais. Quero dizer, meu primeiro dia de pai foi lá em 11/12/2012, quando o Dante nasceu. Mas esse último domingo foi meu primeiro dia dos pais comercial. Preciso admitir, isso me incomodou um pouco, o dia dos pais. Sendo o primeiro, peguei-me pensando no papel do pai e dos motivos da comemoração para um dia, imposto tão comercialmente quanto o dia das mães, e outras datas. É  mais ou menos sobre isso que vim falar hoje.

O incômodo começou já na semana anterior ao dia dos pais: quando as lojas começaram a se “montar” para esse dia tão especial. É uma preparação para vender presentes, claro. Todas as lojas com decoração de bigodes para lá e para cá, mais todas as mensagens cafonas de “pai é amigo para toda a vida”, ao som de Pai, do Fábio Júnior, e tudo isso começou a me fazer sentir uma vergonha alheia danada, coisa que nunca senti em nenhum dos outros dias dos pais anteriores.

Então, eu decidi: não iria escrever nada sobre isso e postar no dia dos pais porque isso é muito mainstream. Por isso, estou escrevendo hoje. Tudo bem, tudo bem, meu dia de postagem aqui é terça mesmo, e teoricamente eu já não postaria no dia dos pais, mas nada me impede, né? De qualquer forma, eu poderia ter postado aqui no dia dos pais e aparecer junto daquela enxurrada de memes e mensagens lindas, digo, bregas, de dia dos pais populando as redes sociais.

Isso porque antes eu não pensava nas questões de criação da maneira que eu penso hoje, antes não me importava muito com essas questões, para ser sincero. Para mim, o papel do pai era bem esse mesmo, do pai padrão. Pai que tá lá, mas não tá lá. Hoje, eu sei que o papel do pai é completamente diferente. Não é o cara que ajuda a mulher, não é o cara que ajuda a tomar conta do filho, muito menos o cara que tá ali por estar. Isso não é pai, isso é ajudante.

Eu não peguei meu crachá de pai para ser ajudante. Peguei meu crachá para participar, para ser ativo, para compartilhar, para criar com apego, para rir e chorar. Estou aqui para questionar a pediatra que se acha dona da verdade, para dar as mãos à minha esposa e fugir de um hospital com o filho no colo (não entendeu? Leia Morte do Paizinho, Nascimento da Vírgula!), para dar todo o amor e cuidado que meu filho precisa de mim. Mas não só para o meu filho, como para a minha esposa também, só que esse post não é sobre o dia dos maridos, né?

Foi aí que eu percebi o motivo do meu incômodo com o dia dos pais comercial: eu não concordo com a imagem do pai que é promovida nessa data. Eu não sou o pai que essa data promove. Que bom!

O dia de pai deve ser comemorado todos os dias, desde o nascimento do seu filho. Você celebra a sorte de ser pai, de ter alguém que ama e depende de você, todos os dias. Seja trocando uma fralda, sendo vomitado, ou nos dias de salto de crescimento em que ele precisa ainda mais dos pais, seja no choro, seja no riso. Em cada mínimo detalhe, cada mínimo passo que o seu filho dá, você comemora o seu dia, assim como a mãe comemora o dela.

Ao contrário disso, aproveitei o dia dos pais com uma nova tradição: viajamos para uma pousada e curtimos um fim de semana de imersão familiar, junto com o nosso grupo virtual de Criação com Apego. Foi uma delícia passar o fim de semana com pessoas que pensam como nós e, de quebra, ainda ganhei um desenho lindo da minha esposa/artista, onde eu estou com o Dante num sling. Quer coisa melhor? Eu não.

O dia dos pais comercial não me representa. Eu não tenho bigode, nem gosto de Fábio Júnior.

Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

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