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Festas infantis, antes e depois da paternidade

"Tudo muda com a paternidade. Depois da chegada dos filhos, coisas que nunca imaginaríamos que mudaria, como festas de aniversário infantis, mudam também!"

Paternidade para mim é sinônimo de mudança. Depois que João Pedro resolveu dar o ar da graça eu resolvi mudar, afinal eu não poderia ser um bom pai se eu continuasse sendo a mesma pessoa. Essa é outra história, eu vim aqui falar de uma consequência disso: como eu passei a enxergar as festas infantis.

Eu adorava ir pra festas de criança quando eu não tinha filho, comia salgadinhos, bebia refri e/ou cerveja, jogava fliperama e comia brigadeiro. Todos e todas se divertiam a valer, principalmente os adultos. A gente revivia o a infância com o bom KoF do século passado, um Street Fighter de Rodoviária, aquele fliper de futebol maroto que você, já depois de umas cervejas fica zoando o camarada que não joga direito, etc. Na realidade, eu penso o quanto essas atrações só fazem diferença para nós adultos, pois as crianças, centro das atenções nesses eventos, sequer conhecem esses jogos. Apesar disso, esses jogos pra gente além de serem uma lembrança afetiva do passado, nesses eventos são um belo escapismo, já que ninguém vai nos julgar, é uma festa infantil. Seguindo essa linha de raciocínio, podemos voltar pra comilança, pode-se comer e beber de tudo sem que ninguém fale nada, é uma festa, divirta-se! Mas aí o que mudou? Bom, é bem fácil de notar que esses ambientes por mais que sejam coloridos e com figuras infantis são feitos para adultos sem filhos, pois se você os tem, acaba nem vendo direito o que está acontecendo exceto o que as crias estão fazendo.

Foi fácil falar da minha experiência antes de ser pai né? No entanto, depois que João entrou na equação as coisas ficaram mais complexas. Acho que uma coisa que podemos começar a falar é na questão da mudança de foco. Antes eu pensava em mim, no que eu fazia, no que ia ser legal fazer nessa festa com os amigos, muitos destes eu nem contato tenho mais direito. A gente tem muita coisa do que fugir quando a gente vira adulto, muito no que se encaixar, mas quando nos tornamos pais, digo, pais de verdade, não temos nem queremos fugir de nada. Nesse meu processo todo de descoberta eu tenho até dificuldade de lembrar do Angelo de 2017, na verdade, preciso até tomar cuidado pra ele não sumir totalmente, pois ainda é parte de mim. O ponto central desse aprendizado todo, que posso até tratar em outra coluna, é que eu passei a enxergar meu filho, uma criança e ver o quanto uma criança não é um boneco, mas um ser humano que precisa ser respeitado. Dito isso, é fundamental pra mim hoje pensar que festas de criança são das crianças, independente da idade. Ora, se eu pensar que uma festa de um ano é dos pais que sobreviveram a esse primeiro ano, posso dizer que meu aniversário de 3 7 anos é da minha mãe, pois ela criou um adulto que se formou, trabalha, esta vivo e tudo mais, né? A lógica é exatamente a mesma.

Prosseguindo, eu posso dizer então que se a festa é da criança ela que deve curtir mais, não exatamente em detrimento do lazer do adulto, mas pelo menos a criança precisa ter um foco maior, por isso mesmo é a segurança que me preocupa mais. Isso é bem importante pra mim, pois eu quero que meu filho possa ser livre em suas experiências e pra isso acontecer eu não posso ficar o tempo todo dizendo não e mandando ele parar. Nisso entram os ambientes de festas infantis pensados para adultos, onde os adultos são servidos e têm atrações voltadas para eles. Lembra que eu falei de cerveja? Pois é, beber é uma das coisas mais perigosas para um cuidador de uma criança, então isso eu já não faço mais, salvo raríssimas exceções. Ok, já cortamos um item lá de cima. Outra coisa, eu percebo que olho mais para baixo do que para cima, ou seja, se o ambiente não me passa segurança, eu preciso ficar sempre atento com meu filho para que em sua exploração ele consiga fazer suas descobertas sem maiores danos. Tudo bem que acidentes acontecem e é bom que aconteçam, mas se a gente pode evitar um transtorno porque não? E se eu bem me lembro iniciei esse parágrafo justamente falando que a diversão da criança não precisa ser uma tortura pro adulto. Nada é mais cansativo do que ter de ficar atento o tempo todo pra seu filho não se machucar de forma grave.

É, parece que eu estou sendo pessimista, mas tem uma coisa, a ideia inicial desse texto veio durante uma festa infantil que foi feita pra crianças em um ambiente amigável e com bons profissionais, o que me fez aproveitar o que agora me trás mais felicidade, a alegria do meu filho. Ver seu sorriso enquanto brinca é muito melhor que comer, beber e ficar jogando conversa fora. Pra mim essa é a maior diferença de como é e como era.

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