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Pesquisa Revela a Importância do Apego no Desenvolvimento Emocional

"Um novo estudo mostra como o tipo de apego entre pais e bebês, durante o início da vida, pode influenciar como o cérebro da criança lidará com emoções ao longo da vida. O cérebro, no apego ambivalente, precisa trabalhar mais para lidar com emoções negativas..."

(traduzido e adaptado por Thiago Queiroz, da versão inglesa, link original)

Por Robbyn Peters Bennett, de stopspanking.org

Um novo e fascinante estudo demonstra que nós podemos prever o quanto uma pessoa vai ter que trabalhar para se sentir bem, com base na qualidade do apego durante os primeiros 18 meses de vida. Este estudo mediu os efeitos a longo prazo do apego na regulação emocional a longo prazo na vida adulta, incluindo a capacidade de uma pessoa ter uma resposta neuroquímica positiva para experiências positivas.

[bra_blockquote align=”]O apego ambivalente inibe a capacidade do cérebro experimentar prazer em sua plenitude.[/bra_blockquote]

Este estudo avalia a qualidade do apego entre crianças de 18 meses de idade e suas mães usando uma medida padrão de ouro, o Procedimento “Strange Situation” de Ainsworth. Eles pesquisaram essas crianças, testando-as para problemas de saúde mental, revisitando-as em 5, 8, 13, 16 e 22 anos. Eles também analisaram sua capacidade neurológica para “auto- regular ” ou para ter uma resposta neurológica positiva para imagens positivas, e sua capacidade de ter uma resposta neurologicamente calmante para imagens negativas .

A atividade cerebral responsável pela sensação de emoções positivas foi diferente dentre aqueles que possuíam apego seguro às suas mães na infância e aqueles que não possuíam um apego seguro . O segundo grupo ativou regiões cerebrais adicionais para tentar aumentar as suas emoções positivas, mas para um efeito menor. O que isso significa?

[bra_blockquote align=”]Os cérebros de crianças com apego ambivalente na infância tiveram que trabalhar mais para experimentar prazer, e este esforço extra não necessariamente ajudou.[/bra_blockquote]

Por que? O emparelhamento neurológico precoce do perigo e do amor cria um apego ambivalente que inibe o desenvolvimento saudável do cérebro. O cérebro tenta responder a uma experiência positiva enquanto que, ao mesmo tempo, também antecipa dor ou perigo.

O estresse precoce (palmadas, gritos, negligenciação) cria uma ambivalência neurológica na criança que perdura por toda a vida. E se você não acha que isso é um problema aos 18 meses, considere que 33% dos pais começam a bater em seus filhos antes que eles atinjam o seu primeiro aniversário! É mais difícil para as crianças com um apego ambivalente sentirem o prazer e o conforto de um relacionamento, e por isso fica muito mais difícil para controlar as emoções. Um achado muito interessante é que muitas das crianças com um apego inicialmente ambivalente poderiam controlar reações negativas, para que elas pudessem regular seus sentimentos negativos, mas elas não eram capazes de experimentar uma resposta totalmente positiva para experiências positivas. Ou seja, suas ligações neurológicas foram feitas desde o início para controlar impulsos negativos, mas à custa da própria felicidade.

[bra_blockquote align=”]A pesquisa sugere que mesmo as variações relativamente normais na qualidade do relacionamento entre pais e filhos no início da vida podem ter implicações duradouras para a maneira com que o cérebro processa experiências emocionais.[/bra_blockquote]

E o que isto significa? Significa que a influência suavizante dos pais é uma fonte de ameaça muito mais potencial (bem como o conforto) do que qualquer outra fonte do ambiente. Como pais, nós somos a reserva emocional e neurológica para os nossos filhos que promove a felicidade delas em relacionamentos no futuro. Até um pouco de hostilidade pode machucar.

Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

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