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3- Respondendo com Sensibilidade – Princípios da Criação com Apego

"A criação com apego tem como essência uma retomada à criação baseada por instinto, que já era praticada por nossos ancestrais. Esse estilo de criação visa estabelecer vínculos saudáveis entre os pais e seus filhos, que perduram pela vida inteira."

(traduzido e adaptado por Thiago Queiroz, da versão inglesa, link original)

As páginas seguintes contêm uma versão condensada dos Oito Princípios. Se você possuir dúvidas sobre estes Princípios, ou sobre como aplicá-los na sua família, por favor, entre em contato com um Líder API próximo a você, ou poste suas dúvidas e comentários no fórum da API.

Você pode construir a fundação da confiança e empatia entendendo e respondendo apropriadamente às necessidades do seu filho. Os bebês comunicam suas necessidades de muitas maneiras, incluindo movimentos corporais, expressões faciais e choro. Eles aprendem a confiar com sensibilidade, quando suas necessidades são consistentemente atendidas. Construir um vínculo forte com um bebê envolve não apenas responder consistentemente às suas necessidades físicas, mas também passar tempos agradáveis interagindo com ele, e, portanto, atendendo às suas necessidades emocionais também.

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Há muitos desafios sociais que podem interferir na capacidade dos pais desenvolverem um relacionamento com seus bebês. Por exemplo, pais podem se deparar com os mitos sobre mimar um bebê, ou receber conselhos não solicitados da família, amigos e mídia, mesmo que bem-intencionados. Conselhos estes que entram em conflito com a ciência, fatos sobre desenvolvimento normal, ou os próprios sentimentos intuitivos dos pais; e isto tudo pode causar stress para os pais que precisam decidir como responder.

No curso de desenvolvimento normal de um filho, os bebês formam vínculos primários com a(s) pessoa(s) que passam a maior parte do tempo nutrindo e cuidando delas — normalmente, a mãe e/ou o pai. Dar colo e interagir com frequência aumentam o vínculo seguro. Aproximadamente nos primeiros seis meses, o seu bebê deve parecer feliz quando está no colo ou interagindo com outras pessoas. Mas aos oito ou nove meses de idade, muitos bebês começam repentinamente a demonstrar medo e ansiedade quando são separados de suas mães. Isto, também, é uma fase normal.

Os bebês e crianças requerem empatia e respeito por seus sentimentos, para ajudá-los a aprender a sentir-se seguros e protegidos. Medos intensos da separação vão emergir naturalmente, ao passo de que a criança cresce. Algumas crianças mais sensíveis podem demorar consideravelmente, até sentir-se confortáveis quando sob os cuidados de outros adultos, que não são seus pais. Siga os sinais de seu filho e não o force a aceitar estranhos, nem espere que eles vençam a ansiedade na relação estranhos/separação antes que eles estejam prontos.

As Necessidades e os Benefícios de Responder com Sensibilidade

  • O cérebro dos bebês é imaturo e significativamente subdesenvolvido no nascimento, portanto eles não são capazes de se acalmar sozinhos
  • Através da resposta consistente e repetida de um adulto amável, a criança aprende a se acalmar
  • Alguns bebês e crianças podem ser mais sensíveis ao ambiente e a estímulos
  • Entenda os ritmos internos naturais do seu filho, e tente se programar ao redor deles
  • É perfeitamente normal que bebês queiram contato físico constantemente
  • Altos níveis de stress, como os que ocorrem em sessões prolongadas de choro, fazem com que o bebê experimente um estado químico desbalanceado no cérebro, o que pode colocá-lo em risco de passar por problemas físicos e emocionais mais tarde, em sua vida
  • Os sintomas de exaustão ou incapacidade de lidar com as necessidades do bebê são sinais de que você precisa de suporte extra e/ou ajuda profissional

Respondendo a Explosões de Raiva e Fortes Emoções

  • As explosões de raiva, também conhecidas por tantrums, representam emoções reais e devem ser levadas em conta seriamente
  • Algumas emoções são muito poderosas para o cérebro imaturo de uma jovem criança gerenciar, de uma maneira socialmente aceitável
  • O papel dos pais durante uma explosão de raiva é dar conforto ao filho, não ficar com raiva ou puní-lo

Respondendo ao Filho Mais Velho

  • Continue nutrindo uma conexão bem próxima, através do respeito aos sentimentos da criança e tentando entender as necessidades por trás de comportamentos aparentes
  • Suporte a exploração, provendo um ambiente seguro para a descoberta e sempre ficando por perto
  • Demonstre interesse às atividades do seu filho, e participe com entusiasmo em brincadeiras direcionadas por ele
  • Algumas crianças gostam de pré-escola ou outros programas em que pais não estão incluídos, mas estes programas não são necessários para o desenvolvimento do seu filho. Fique atento aos sinais de que seu filho está pronto para a separação, além da quantidade e tipo de suporte dado por adultos
Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

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Comentários

5 comentários em “3- Respondendo com Sensibilidade – Princípios da Criação com Apego”

  1. Thiago, meu bebê quando vê comida da uns gritos bem altos e estridentes, e tenho que dar muito rápido senão grita. Como vc acha que posso tentar educar na disciplina positiva? Ela tem 9 meses somente.

    1. Isso é muito normal dessa idade, os bebês pequenos começam a entender sua potência vocal e ainda não conseguem controlar da forma como a sociedade espera. Então provavelmente, ele fica muito animado e querendo comer logo, daí dá esses gritos que não são nada demais. Acaba passando com o tempo!

  2. Oi Tiago! Estava zapeando por blogs a respeito de “parenting” e brinquedos sensoriais e me deparei com o “RIE”, teoria suportada por Magda Gerber a respeito de independência e autonomia, especialmente na hora de brincar. Não me pareceu muito terrível. Conhece? Gostaria de sua opinião. Esse blog que direcionou ao RIE – Janet Lansbury

    1. Olá, Ariane!

      Eu conheço o RIE sim. Eles têm uma maneira um pouco diferente de enxergar os bebês, principalmente o choro deles. Mas, de todo modo, eu sempre prefiro escrever sobre criação com apego e como ela vê o bebê e nossos vínculos, ao invés de traçar comparativos, entende? Eu acho melhor assim, porque pais e mães podem entender o que é criação com apego aqui, depois entender o que são outros estilos diferentes de criar filhos, e decidir o que é mais adequado para a realidade deles, seja um estilo especificamente, ou uma mistura de vários, pegando cada coisinha que seja útil para eles.

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