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Pai da Lis e da Ester

“É gêmea, é?”
“Sim, são gêmeas.”
“Ai que coisa linda!”

Em geral a conversa para por aí. Se for uma pessoa supersticiosa, algo frequente onde moro, talvez acrescente um “Benza-te Deus! Pra não pegar mal olhado!”.

Se eu ganhasse um abraço para cada diálogo desses, talvez eu fosse a pessoa mais abraçada da cidade…

Há vezes em que o papo segue por perguntas ou comentários como: “Nossa, deve dar muito trabalho!” ou “Eita, que rojão! Deve ser puxado!”.

Claro que é! Mas seria mais que em outras experiências parentais? Acho que o peso da criação varia muito, mas muito mesmo, com o contexto da família. Aqui em casa a gente não tem nem referência adequada para tecer qualquer comparação.

Nossas filhas são as primeiras de sua geração e acho injusto dizer que é mais ou menos cansativo e demandante que ter dois filhes em idades diferentes. Começamos como família com filhes já em grande quantidade: de dois, para quatro! Não dá pra ficar comparando quem tá mais na merda, né? Muito melhor oferecer ou pedir apoio que ficar pensando se as mães e pais estão melhor ou pior…

Pensando bem, acho que isso é uma coisa que me incomoda nesses diálogos estilo fast-food quando chegam nesse ponto da trabalheira que é. O que raios se espera que uma mãe ou pai pense após indicar apenas o lado duro da parentalidade? Mas a etiqueta manda sorrir e deixar passar, guardo minhas energias para outras demandas… Afinal, o que eu poderia responder?

“Err… pois é, eu até tentei devolver, mas não rolou! Tive que ficar com as duas mesmo!”

Ou algo como o que Chandler no final de Friends? (SPOILER ALERT!)

“Propus colocar um colar em cada uma com o nome da outra em um pingente com forma de duas metades complementares de um coração. Daí quando elas crescerem, elas se reencontram vai ser super emocionante, virará notícia, livro e, quem sabe filme! Elas viram influências sociais e todos ficam felizes!” … “Mas fui voto vencido. Tive que ficar com as duas mesmo!”

Outra dúvida comum entre os curiosos é “mas elas brigam muito? Ou são bem unidas?”

Não sei, mas as vezes parece que o fato de serem gêmeas traz uma romantização de que elas são irmãs “super especiais”. Quando na verdade o que elas são é isso: irmãs. Sem romance, sem mais do que o comum entre dois irmãos: brigas, brincadeiras juntas, ciúmes, amor.

Por outro lado, é certo que os azedumes e as delícias são diferentes, mesmo porque, elas têm exatamente a mesma idade, logo, estão na mesma fase do desenvolvimento. Além disso, como disse há pouco, a família já começa grande! Mas para por aí… cada uma vive suas experiências de forma tão própria que, fora o fato de terem sido geradas e saído dentro do mesmo útero, nascendo com poucos minutos de diferença, elas são dois infinitos bem distintos. Não rola comparar!

“Ah! Mas são tão parecidas!”

Ok, entendo. São mesmo. Parecem até irmãs! Só que elas são duas pessoas diferentes e a gente agradece muito se pararem de chamá-las de simplesmente “as gêmeas”. Sério! Sei que é difícil, mas elas não são uma coisa só! São diferentes: sentem, pensam, gostam, fazem as coisas diferente. Enfim: são únicas e devem ser tratadas como tal.

Se você puder, amigo leitor, chame as crianças pelos seus nomes. Se não souber, perguntar costuma dar certo!

E com você, como tem sido?

Sem mais,

Beijos de Luz!

Pedro Gurgel

Pedro Gurgel

Pai da Lis e da Ester, esposo da Raquel. Poeta, bardo e professor. O resto é conversa. Para outros textos (bem mais antigos): http://casadosacasos.blogspot.com.br/

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