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Sobre Disciplina Positiva, Limites e Outras Alegrias

"Muitas pessoas têm um entendimento equivocado de que a criação com apego promove uma criação permissiva, ainda mais quando se trata de disciplina positiva. As pessoas tendem a pensar que, sem palmada, grito ou punição, sobra apenas a permissividade. Mas criação com apego não é assim."

Há algum tempo, eu traduzi um texto muito bom, chamado Disciplina Gentil Para Iniciantes: Estabelecendo Limites. Eu gosto deste texto porque ele apresenta, de uma maneira bem prática, como estabelecer limites, com diferença de que tudo é feito sob a ótica da disciplina positiva. Na ocasião, a autora conta como foi uma experiência que ela teve, onde seu parceiro estabeleceu um limite firme com a sua filha, com respeito e empatia.

É sobre esse tema que eu gostaria de falar um pouco mais hoje, sobre essa tarefa aparentemente impossível de dar limites aos nossos filhos, ao mesmo tempo que criamos com apego e pensamos em disciplina positiva. Este tema, na verdade, lida diretamente com um dos maiores mitos da criação com apego, mais especificamente da disciplina positiva: permissividade.

Muitas pessoas – muitas pessoas mesmo – têm um entendimento equivocado de que a criação com apego promove uma criação permissiva, ainda mais quando se trata de disciplina positiva. As pessoas tendem a pensar que, se nós desencorajamos palmadas, gritos, punições ou recompensas, então obrigatoriamente nós não damos limites aos nossos filhos.

Essas pessoas tendem a criticar a criação com apego, dizendo que filhos precisam ter limites. Realmente, nossos filhos precisam ter limites. Mas, se quem defende a criação com apego e quem a critica concordam que nossos filhos precisam ter limites, onde está o problema, então?

O problema está nos meios que se usam para estabelecer os limites. Neste contexto, os meios que se utilizam para um mesmo fim fazem diferença. Os limites podem ser criados, também, com respeito, afeto e empatia. E isso funciona!

Outra crítica que as pessoas costumam fazer à disciplina positiva é que nós precisamos deixar nossos filhos se frustrarem com a vida. Essas pessoas dizem que, através da criação com apego, incentivamos uma cultura de super proteção. E mais uma vez, quem defende e quem critica concordam com a mesma coisa: frustrações são partes essenciais para a formação de um indivíduo.

A diferença aqui, desta vez, é que a criação tradicional e autoritária tende a minimizar ou subestimar a frustração da criança. Normalmente, quando se estabelece um limite com uma criança, isso envolve deixá-la com algum grau de frustração. E quando qualquer pessoa está frustrada, ela precisa de acolhimento, afeto e empatia, não de punição.

É possível quebrar o paradigma de que limites precisam ser estabelecidos de forma violenta ou abusiva, seja verbal ou fisicamente. É possível educar filhos com afeto, respeito e empatia. É possível quebrar o ciclo de violência.

Esses temas que envolvem a disciplina positiva têm se tornado grandes motivadores para que eu continue escrevendo, porque eu tenho esperança que esses textos ajudem pessoas a mudar conceitos e agir diferente. Até então, eu buscava muitos textos em inglês que fossem interessantes sobre o tema e os traduzia aqui, para compartilhar com vocês, mas a cada dia que passa, a importância da disciplina positiva aumenta na minha vida e na vida da minha família. Até porque, com um bebê muito pequeno, não há muito o que se fazer em termos de disciplina e então, à medida que o Dante cresce, a disciplina positiva passa a ser mais perceptível, mais tangível, muito embora seja bastante desafiadora.

Isso é bom, porque vivendo mais intensamente a disciplina positiva, eu tenho condições de ajudar também com textos sobre as minhas próprias experiências e exemplos práticos. Como eu sou apenas um pai que conta como está sendo a sua jornada, o conhecimento prático só vem de acordo com as etapas de crescimento do filho. Por isso que esse blog é tão orgânico, porque ele carrega na história um pouco de cada etapa de vida de um pai criando com apego.

E, volta e meia, eu recebo uma mensagem bacana de algum pai ou mãe, falando sobre como algum depoimento meu ajudou a mudar um conceito. Foi assim com J., leitora do blog que me enviou uma mensagem recentemente:

“Olá, Thiago! Passando só para te agradecer. O cantinho do pensamento (aqui optei por chamar de castigo mesmo) está aposentado há algum tempo, graças ao seu empenho. Agradeço em particular a você, porque eu já havia lido muito sobre a disciplina positiva, mas sua “insistência” através de bons textos, me estimularam a tentar um novo caminho. Após a leitura do último texto Disciplina Gentil Para Iniciantes: Estabelecendo Limites, tive, pela primeira vez, confiança de que estou  conseguindo praticar.

A empatia com esse método é muito frequente entre as pessoas que o conhecem, assim como, o sentimento de incapacidade de praticá-lo. Por isso, sempre que puder nos presenteie com textos básicos e com exemplos práticos como o último. Eles são esclarecedores e encorajadores.

Até pouco tempo, eu não me sentia confiante em mudar o meu método de educação. Afinal, não dá para arriscar em algo tão importante. Mas, toda vez que colocava minha filha de castigo me lembrava da sua logo, com o dedo em riste, direto para mim! E me sentia muito errada! Então, resolvi diminuir a frequência em que usava o castigo e aí percebi que talvez, poderia ficar sem ele! E a cada texto ou comentário seu que leio me sinto mais encorajada e capaz! Portanto, obrigada pelo apoio diário!

Como educadora (no momento, exclusivamente da minha filha), sei que quem se dedica a essa área dificilmente fica rico de dinheiro, mas acredite, o tesouro que está amealhando é muito mais valioso.

Grande abraço e mais uma vez, obrigada!”

Nossa! Caramba! Que mensagem! Que presente! Que tudo!

Eu costumo receber mensagens e comentários de pessoas elogiando meu trabalho, mas poucas pessoas conseguiram expressar com tanta precisão o que me motiva a sentar e escrever aqui. É muito emocionante saber que meus textos têm encorajado mães (e pais) a pensar em alternativas para a criação de seus filhos! Isso vale mais do que qualquer coisa, sabe? Ter consciência de que existe hoje mais uma criança que receberá um cuidado mais respeitoso, porque sua mãe sentiu-se acolhida e segura para tentar algo diferente não tem preço.

Eu só tenho a agradecer a essa mãe – e tantas outras mães e pais – por esse carinho, porque serve de combustível para eu continuar escrevendo e falando para as pessoas que o caminho do amor é possível.

Mas eu não quero só agradecer pelo carinho. Eu também quero dar meus parabéns a todas as mães e pais, por terem tido a sensibilidade de mudar. Porque qualquer um pode ler um texto, mas só aqueles que têm sensibilidade e humildade podem mudar. E, no final das contas, quem irá agradecer muito serão os nossos filhos, pode anotar.


A única preocupação que eu tenho agora é sobre a logo do meu blog. Eu não quero que ela seja um símbolo de acusação, fazendo as pessoas se sentindo culpadas! Será que essa é a impressão que vocês têm também? A minha intenção para essa logo sempre foi no sentido de:

– Opa! Péra lá! Paizinho, uma vírgula! Meu nome é Zé Pequeno Thiago!

Comentem, critiquem, elogiem, qualquer coisa para me ajudar a fazer desse espaço um lugar sempre acolhedor, não só pelos textos, mas também visualmente!

Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

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Comentários

21 comentários em “Sobre Disciplina Positiva, Limites e Outras Alegrias”

  1. Luiz (Pai Alfa)

    Bastante legal seu texto! Concordo com tudo isso, inclusive com a dificuldade que é colocar isso em prática, quando se está acostumado a uma sociedade que acha que autoritarismo e medo é que educam a criança. Eu acredito nos princípios de liderança, dentro e fora de casa, afinal tudo se resume a relações humanas, e quem não gosta de ser tratado com carinho e respeito, né?

  2. Tanise Hammes

    Olá Thiago, me identifiquei muito com seus textos, ja tentei todas as táticas e métodos e minha relação com a minha filha de 5 anos é uma montanha russa, concordo com tudo q li aqui. Já tem um tempo que estou utilizando muito a respiração como auxílio para controlar os meus impulsos e gritos e tentar passar isso a ela (que também acaba gritando muito pelo exemplo que sempre teve em casa)… Não quero mais essa relação de brigas, gritos e castigos… Ela está refletindo tudo isso, grita comigo, me responde com falta de educação, acabo perdendo a paciência e vira uma bola de neve. Meu grande questionamento sempre foi: Como por límites sem castigos? Tenho lido coisas muito interessantes e que dão luz e esperança nessa missão de educar diferente… estava fazendo um quadro de incentivos com ela você sabe me informar se é válido nessa disciplina positiva? se pode ser usado de maneira adaptada… Desde ja obrigada e Parabéns…. adorando os textos e as dicas… Agora é paciência e sabedoria para botar em prática…. Sinto que so assim dará certo…

    1. Oi, Tanise! É desafiador mesmo. E muito! Mas aos poucos, a gente chega lá.

      Você disse que tem dificuldades de impor limites sem castigo. “Impor limites” por si só, já pode ser algo problemático, porque insere uma dose forte de autoritarismo que, obviamente, não convidará a colaboração dos nossos filhos.

      Você tem como dar um exemplo sobre que limite você está tentando impor?

      1. Tanise Hammes

        Na verdade usei a palavra errada… Não é impor, mas me expressando melhor, ensinar limites, coisas como a falta de respeito. Ela por si só é lider e muito independente mesmo cm 5 anos o que acho ótimo, mas quero que ela entenda a importância de respeitar a mim e aos outros. Que não se resolve tudo na base do grito e do choro… Su mãe solteira e ainda moro com meus pais e sei q isso interfere um pouco… e sair com ela tem sido difícil, não me respeita nem obedece, quer fazer tudo sozinha não importa o que seja, e acha tem uma certa dificuldade de escutar. Enfim o limite entre a liberdade e o respeito ao próximo…. Acredito quite não se pode passar por cima do outro em nome do que se quer… Não sei se me entendeu tenho um pouco de dificuldade de me expressar por textos

        1. Ahhh, entendi! Nossa, realmente ser mãe solteira deve ser muito difícil mesmo, porque você não tem como dividir as responsabilidades, né? Mas sobre a sua questão, você teria então como exemplificar dando um relato de um caso onde isso que você disse aconteceu recentemente?

  3. Olá Thiago.
    Conheci seu blog e descobri que já me empenhava em
    oferecer uma disciplina positiva para minha filha, mas não sabia. Tudo
    na base do instinto. Meu método era lembrar da educação extremamente
    punitiva que tive para evitar tudo aquilo que me causa dor até hoje,
    mantendo porém, aquilo que reconheço que fez de mim o que sou hoje: o
    limite.
    Seus textos estão me ajudado a refinar minhas práticas,
    melhorá-las para torná-las mais eficientes. E uma coisa que notei é que,
    quando minha filha, com cerca de 2 anos, começava a chorar por alguma
    coisa eu sempre minimizava seu sofrimento, mesmo que de forma gentil,
    tentava distraí-la do que a incomodada ou ficava dizendo coisas do tipo,
    “pra quê isso?” ou “Foi nada não, já passou, shiiiii” etc, e percebi
    que não gritar ou bater ou realizar qualquer outro ato punitivo, ainda
    não era o que minha filha esperava _ e eu também_ de mim.
    Depois de
    ler seus textos, mudei minha prática. Passei a apenas abraçá-la e, caso
    ela não queira o contato físico, ficar ao seu lado, esperando o “auge da
    frustração” passar. Quando percebo que ela já consegue me ouvir, passo a
    dizer variações de “eu entendo você”. Essa prática tem se mostrado
    muito mais eficiente e mesmo quando perco a paciência e sou meio
    ríspida, ela mesma pede o abraço para se acalmar. E nessas horas, quando
    percebo que a reação foi desproporcional ao “delito” peço desculpas.
    Isso tem feito toda a diferença para preservar o bom convívio de todas
    aqui em casa.

    Uma outra coisa que aprendi em outras fontes e que
    sugiro como pauta para próximos textos, se é que a disciplina positica trata dessa questão específica, é o uso correto do “não/isso”. Se não for o caso, fica minha experiência sobre o assunto. Talvez possa ajudar alguém.
    Aqui em casa só usamos o “não” em casos
    extremos e no imperativo, sem complemento. Ao mesmo tempo tentamos abolir a palavra
    “isso”. É muito comum ver pais dizendo aos filho “não faça isso” quando
    se referem a um comportamento indesejado, do tipo bater, jogar objetos no chão ou subir em lugares inseguros
    etc. Eu também falava até li em uma reportagem que e a única mensagem que os
    pequenos reconhecem na frase “não faça isso”, é: “faça”. A reportagem começava com a frase “Não pense em elefantes azuis” e na sequencia afirmava que o termo “não” tinha sido ignorado pelo cérebro e o leitor tinha, instintivamente imaginado um elefante azul. Depois de explicar o fato pela luz da neurociência o texto explicava que crianças menores de 3 anos eram incapazes de associar o termo “isso” a qualquer termo concreto. Isso=brinquedo; isso=bater, etc. Sobrando da frase “não faça isso” apenas “faça” para comprensão imediata da criança. Ao repetir constantemente essa construção e na sequencia ser punida, só deixa a criança profundamente confusa.
    Desde então, nos
    esforçamos ativamente para usar o mínimo possível o termo “não” e o
    substituimos por frases positivas do tipo “bater machuca, é errado”,
    “jogar no chão é feio”, “morder dói” etc… o “não” é só para
    situações de emergências, que não permitem explicações. Ela quer subir uma escada? Dizemos
    apenas “não”. Está prestes a pegar em algo sujo na rua? Dizemos não. O
    Não é, digamos, o alerta máximo. E tem funcionado de tal maneira que as
    pessoas ao nosso redor se impressionam com o fato de ela atender tão
    prontamente a um “simples” não.

    E por fim, vamos falar da sua
    logo. Realmente nunca enxerguei como algo punitivo. Sempre encarei como
    uma ênsafe na importância da sua função e conhecimentos de pai em contraponto ao termo
    “maizinha”, “paizinho”, como uma forma quase pejorativa de generalizar o tratamento,
    despersonalizando a identidade do pai ou mãe e seus conhecimentos prévios, reduzindo-os a meros coadjuvantes cuja opinião de pouco ou nada valem. Esse tratamento, infelizmente é muito comum em hospitais e
    clinicas pediatricas desse Brasilzão…
    Obrigada!

      1. Li agora o seu texto sobre o “não”. Muito melhor que o meu “pitaco”! rsrsrs

        É impressionante como você consegue antever e responder uma série de possíveis dúvidas relacionadas a cada tema que aborda.

        Muito obrigada por compartilhar suas experiências e visão de mundo.

        Enviei seus textos para uma amiga e sabe o que ela respondeu? “Fiquei surpresa ao saber que quem escreveu aquele texto maravilhoso foi um pai e não uma mãe. Realmente, paizinho uma virgula bem grande”.

        Continue nos surpreendendo!

  4. Ellen Ravazzani

    Fui criada na educação tradicional, e se eu disser que tenho traumas, é mentira. Mas, lendo os seus textos e outros livros sobre a Educação Positiva fico pensando que posso ser uma boa mãe e uma pessoa melhor procurando resolver os conflitos com mais amor e paciência. Obrigado!

    1. Ellen, sua reflexão é muito importante, porque nós não queremos viver isso tudo só para não traumatizar nossos filhos, mas para viver uma relação mais amorosa e pacífica!

  5. Oi, Thiago – tenho um filho de 3 anos e praticamos a disciplina positiva e a criação com apego desde sempre, embora [infelizmente] com os altos e baixos que apontas no texto. O que me deixa muito angustiada é o quão o meu filho se expressa com agressividade física, uma vez que ele nunca foi tratado assim. Nem sempre ele bate só quando contrariado. Bate quando impaciente [o que faz bastante em casa, especialmente em mim, justo eu que sou a mais paciente dentre as pessoas que participam da criação dele] – a pergunta que eu me faço [e agora faço aqui também] é como uma criança que jamais levou um tapa passa a achar que bater é válido, sente que precisa bater pra enfatizar alguma coisa? De onde ele tirou isso? instinto? e como lidar com isso sem arrancar os próprios cabelos ou chorar escondido? Seguimos dando o exemplo de que a violência não é uma alterativa, seguimos tolhendo toda vez que ele bate, sempre dizendo que bater não é legal, que machuca, que magoa, que ele pode ficar brabo, pode chorar, pode mostrar porque tá brabo, mas bater… não! Só que ele segue batendo – em algumas épocas mais, noutras, menos. Não é fácil… Acredito em resultados a longo prazo, mas… é duro. Parece que isso nunca vai parar. E lá vou eu entoando o mantra ‘é uma fase, respira, segue no que acreditas, respira’…
    Forte abraço e obrigada pelos textos!

    1. Oi Ju,

      Que fase desafiadora, hein? Imagino como deve ser frustrante e como você pode estar se sentindo impotente de certa forma. Mas realmente é o que você disse, uma fase.

      Crianças pequenas ainda não possuem maturidade emocional para lidar com emoções fortes e negativas, então algumas delas encontram a agressividade como a única maneira de extravasar todos esses sentimentos que são grandes demais para elas lidarem.

      Pode parecer que não surte efeito nenhum, mas surte sim, viu? Faz toda a diferença responder com empatia do que responder com gritos ou punições físicas, e tenho certeza que, aí dentro, você deve saber disso também!

      Se eu tivesse que sugerir só mais uma coisa para você seria que, além de sempre falar que bater machuca e o que você tem feito, eu combinaria com ele alguma coisa em que ele pudesse descarregar essa energia negativa. Se nós só falamos que não pode, que não deve bater, eles ainda ficam com aquele sentimento preso, contido dentro de si, por isso é bom ter algum objeto onde ele também possa descarregar esses sentimentos através da agressividade.

      Aqui em casa, quando Dante passou por uma fase bastante agressiva, enchemos um “joão bobo” que tinha o formato de pirata, então sempre que ele batia, nós falávamos que só podia bater no pirata. E, várias vezes, ele ia mesmo no pirata bater e colocar tudo isso para fora.

      Espero ter ajudado!

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