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12 Alternativas Para o Castigo – Disciplina Positiva

"Falar sobre disciplina positiva não é tão simples quanto parece, até porque disciplina positiva não é exatamente algo simples de colocar em prática. Podemos até entender os preceitos básicos como não bater, não gritar, não humilhar, mas nem sempre é tão simples fazer isso virar realidade, dependendo de como nós mesmos fomos criados."

Falar sobre disciplina positiva não é tão simples quanto parece, até porque disciplina positiva não é exatamente algo simples de colocar em prática. Podemos até entender os preceitos básicos como não bater, não gritar, não humilhar, mas nem sempre é tão simples fazer isso virar realidade, dependendo de como nós mesmos fomos criados.

Educar com respeito envolve muita conversa interna e autoavaliação constante, porque somente assim que podemos saber se estamos no caminho certo. Por isso que textos que oferecem alternativas à disciplina tradicional punitiva são tão bons, pois eles não apenas focam na crítica ao método punitivo como dão soluções reais.

Esse é o caso deste texto que traduzi, escrito pela Ariadne Brill, mãe de três filhos. Ela é adepta a práticas responsivas e pacíficas de criação de filho, escreve para o site Positive Parenting Connection, além de ser educadora de disciplina positiva. O texto original pode ser encontrado aqui.

12 Alternativas Para o Castigo – Disciplina Positiva

Se você já leu sobre os benefícios em deixar de lado o castigo, em favor de utilizar outras formas de orientar filhos, mas não sabe por onde começar, aqui estão 12 alternativas ao castigo que darão a pais e filhos uma oportunidade de tratar sobre escolhas e situações com o intenção de oferecer orientação, mantendo um vínculo positivo, respeitoso e pacífico.

Estas alternativas são principalmente voltadas para crianças de 1 a 6 anos, mas também funcionam para crianças maiores.

1. Faça uma pausa junto da criança: a chave é fazer isso junto com o seu filho e antes que as coisas saiam do controle. Então, se o seu filho está tendo um momento difícil ou está fazendo escolhas inseguras, como bater em um colega, encontre um espaço tranquilo para fazer uma pausa em conjunto. Apenas cinco minutos para vocês se conectarem, para ouvir o que seu filho está sentindo e falar sobre as escolhas mais apropriadas são coisas que realmente ajudam. Isto é semelhante ao que se chama de time in, um momento de acolhimento onde os pais trazem o filho para perto, ao invés de provocar afastamento.

2. Segundas chances: você já cometeu um erro e se sentiu tão aliviado por ter uma chance de fazer tudo de novo? Muitas vezes, deixar que as crianças tentem novamente lhes permite resolver o problema ou mudar seu comportamento.”Eu não posso deixar você passar cola na mesa inteira, mas você quer tentar fazer isso de novo no papel?”

3. Resolva o problema em conjunto: se existe um problema e seu filho está tendo um comportamento causado por frustração, dar a oportunidade a ele de falar sobre o problema e ouvir a solução que ele tem pode mudar as coisas para melhor.

4. Pergunte: às vezes, nossos filhos fazem certas coisas, e nós não entendemos muito bem essas coisas. Nós podemos supor incorretamente que eles estão fazendo alguma coisa “ruim” ou sendo “desobedientes” quando, na verdade, eles estão tentando entender como alguma coisa funciona. Pergunte o que eles estão fazendo com a intenção de ouvir e entender em primeiro lugar e, então, ajude-os dando a saída adequada ou uma informação que está faltando. Em outras palavras, tente “O que você está tentando fazer?” ao invés de: “Por que diabos você está… Aaaah!!! Já pro quarto!”

5. Leia uma história: outra ótima maneira de ajudar os filhos a entender como fazer escolhas melhores é lendo histórias com personagens que estão cometendo erros, ou passando por sentimentos intensos, ou que necessitem de ajuda para fazer escolhas melhores. Além disso, ler para os filhos pode ser uma forma muito positiva de se reconectar e dirigir a nossa atenção para os nossos filhos.

6. Bichinhos e brincadeiras: as crianças pequenas adoram ver fantoches ou bonecas ganhar vida para ensinar lições positivas.”Olá, eu sou o ursinho e puxa, parece que você rabiscou o chão. Estou voando para a cozinha para pegar uma esponja para limparmos o chão juntos. Vem comigo!” E depois de limpar juntos: “Ah, agora vamos buscar um pouco de papel, você pode fazer um desenho para mim no papel? O papel é para colorir com lápis de cor!”

7. Dê duas opções: vamos dizer que seu filho está fazendo algo completamente inaceitável. Ofereça a ele duas alternativas que são seguras, respeitosas e aceitáveis, e deixe que ele escolha o que ele vai fazer a partir daí. Ao receber duas opções, a criança pode manter algum controle sobre as suas decisões e ainda aprender sobre limites.

8. Ouça uma música: às vezes, fazer uma pausa divertida para liberar um pouco a tensão e reconectar é tudo o que as crianças precisam para voltar a fazer escolhas melhores e tudo o que os pais precisam para relaxar um pouco e aliviar o estresse. Ouça uma música ou faça uma pausa para dançar!

9. Vá para fora: mudar o ambiente muitas vezes nos dá a chance de redirecionar o comportamento para algo mais apropriado. “Eu não posso deixar você subir na estante. Mas você pode subir nas barras da grade. Vamos lá para fora e brincar disso, então!” Ou: “Cortar o tapete com a tesoura não é aceitável. Vamos lá para fora cortar um pouco de grama.”

10. Respire: uma grande respiração profunda, tanto para pais como filhos, pode realmente nos ajudar a acalmar e olhar para o que está acontecendo com uma nova perspectiva. Tome um fôlego dos grandes para sair das frustrações ou respirações curtas e rápidas para sentir-se calmo e reenergizado.

11. Faça um desenho: uma ótima maneira para as crianças falarem sobre erros é fazer um desenho do que elas fizeram ou do que poderiam ter feito diferente. É uma maneira sutil para abrir uma janela para conversar sobre como fazer escolhas melhores.

12. Espaço do relaxamento: para que “dar um tempo” funcione de verdade, é necessário que isso seja algo que ajude todos a se acalmar, e não deixar os filhos assustados ou com medo. Um espaço de relaxamento é uma área onde os filhos podem ir se sentar e pensar, brincar com alguns brinquedos mais tranquilos, e ter algum espaço sozinhos, até que se sintam prontos para falar ou voltar a estar perto de outras pessoas. O uso do espaço do relaxamento deve ser oferecido como uma opção e não como uma ordem.

 

Cada criança e cada situação são únicas. Por isso, essas ferramentas não se aplicam a tudo, mas funcionam mais como uma lista de ideias para ajudar a expandir a sua caixa de ferramentas de criação de filhos. Eu penso que usar ferramentas pró-ativas como estas para responder e orientar os filhos a fazerem escolhas melhores funciona de maneira muito mais positiva do que ter que reagir quando as coisas saem de controle.

Thiago Queiroz

Thiago Queiroz

Psicanalista, pai de quatro filhos, escritor, palestrante, educador parental, host dos podcasts Tricô e Pausa pra Sentir (dentre outros), autor dos livros "Queridos Adultos", "Abrace seu Filho", "A Armadura de Bertô" e "Cartinhas para meu pai", participou também do documentário internacional "Dads".

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Comentários

153 comentários em “12 Alternativas Para o Castigo – Disciplina Positiva”

  1. Andy, sua situação é complexa mesmo. Para comermos a conversar efetivamente, é importante que você também fale sobre o contexto geral, ou seja, que tipo de cuidado sua filha recebe? Qual a disciplina que ela tem recebido ultimamente? Você utiliza castigos, punições e outros métodos de modelamento de comportamento? Como é o dia-a-dia de vocês?

  2. Olá, adorei seu blog, tenho uma bebe de 7 meses e desde a gravidez venho mudando e muito meus conceitos. Quando engravidei falei que nunca faria um parto normal, Deus me livre sentir dor, mas ai pesquisando e buscando informação, me entreguei ao parto normal e foi a melhor escolha que fiz, durante a gravidez, conversava muito com minha bebe, ja falava frases positivas pra ela, trabalhei muito respiração e graças a Deus fui rodeada de profissionais mega HUMANOS, hoje busco formas mais gentis de tratar minha filha, pois nunca gostei de ver ninguém punindo severamente uma criança e muitas vezes essa criança que estava sendo punida repetia o que havia feito dai a alguns minutos, então acho que essa abordagem nao resolve e mais traumatiza do qualquer coisa. Comprei o livro Disciplina positiva, ainda nao chegou, mas estou doida pra devorá-lo. Moro em santos e gostaria muito que houvesse um grupo de pais para trocar experiencia quanto a disciplina positiva. Mas parabéns pela iniciativa!

    1. Oi, Vanessa!

      Nossa, obrigado por dividir sua história aqui! É incrível como ter filhos nos transforma, né? E que bom que você está só esperando chegar o livro Disciplina Positiva! Depois me conta o que achou 🙂

  3. Maria José

    Estou maravilhada. Tenho uma filha de 04 aninhos. Sempre busquei ler sobre como educar os filhos, mas só agora estou tomando conhecimento da “Criação com apego” e “disciplina positiva” e acabei descobrindo que já praticava essa forma de criação. Tenho na minha família pessoas que educam seus filhos diferente e é muito claro a diferença entre as duas formas. Sempre observei que as crianças se comportam como uma espécie de espelho e a forma como a tratamos é refletida em seus atos e/ou comportamentos. Sempre busquei tratá-la com muita calma, evitar gritos, explicar o porque de não poder fazer algumas coisas e sempre deu muito certo. Minha filha é um doce de criança.É muito válida essa “teoria”. Gostaria que todos os pais a pusessem em prática.

  4. CAROLINA FARINELLI

    Olá.
    Adorei o seu blog. Parabéns!

    Quanto a estas formas de castigo. Eu acredito que nem todas são eficientes e condizentes com todas as idades. Principalmente até os dois anos é muito difícil de explicar de forma prolongada “o por quê que a criança não pode colocar a mão no fogão”; ou o por quê que a criança tem que tomar banho, trocar fraldas, vestir tênis, ir à natação. Estou com um garotão nos “terrible two” e sinceramente, muitas conversas eles até ouvem, mas não compreendem. Sabem dizer “NÃO” e pronto. Não querem entender.
    E sinto que as vezes é preciso nos colocar em uma posição mais autoritária também, tanto para a criança não se sentir perdida ou confusa, tanto para obedecer e respeitar. Acredito que após os cinco, eles começam a compreender o por quê que não pode ir para a escolinha de chinelo, ou que o fogão é quente, ou que a roupa fica suja e fedida por isso precisa trocar, ou que a natação é para ele aprender a nadar, e também se divertir. Apesar de o bernardo (2) AMAR a natação, muitas vezes chora no carro até chegar lá, dizendo que natação ele não quer, e é feia chata e boba, quando chega, já pula na piscina e fica feliz da vida, dá beijo de tchau e etc.

    Vou continuar acompanhando, muito legal. Abraços!

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